"...Não."
O mundo inteiro voltou dois anos no tempo até o momento exato que deu início àquela tragédia. Desde um sim não expresso em palavras, em um canto qualquer de algum lugar que não lhes era importante, não naquela hora. E ele encostado naquela parede lembrava de tudo o que tinha feito e do tanto que tinha mudado pra conseguir construir aquele momento. Lembrou das dúvidas e das indiretas. As primeiras palavras românticas ditas com sinceridade na hora certa, isso era novo pros dois.
O tempo então foi passando e degastando o que eles haviam construido. Ele nunca foi paciente, nunca aguentou os problemas de relacionamentos. Ele tinha seu modo próprio de resolver os problemas, um singelo "acabou". Ela batalhava pra estar ao seu lado até o fim, sempre. Ele não gostava do sempre, mas adorava usar o nunca. Ela não sabia lidar com nenhum dos dois.
Ele acabou com tudo. "É melhor assim" mentiu aos amigos. Sabia do que sentia, mas sempre preferira a emoção e o risco da vingança a monotonia do amor. E o fez. Escreveu a maior peça de teatro já encenada na humanidade. Foi até o fim, mas era estranho pra ela. Ele dizia a verdade, da forma dele, mas dizia. E ela o escutou, como sempre, confiou nele. Mas o teatro terminou em tragédia, como boa parte de sua vida e de seus (des)casos.
Desse ponto até o não foi só um ciclo repetitivo. Ele não podia esperar por ninguém, seu egoísmo sempre falou mais alto. Seu egoísmo escreveu aquele "Não"
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