sexta-feira, 30 de abril de 2010

A Matilha dos Sós

Por mais que a matilha se vá
Sempre haverá um lobo a velar,
Pra uivar, sem razão, ao luar
Da lua seu par sempre fará


As minhas pegadas já marcaram
Um caminho que poucos trilharam
Escolhi a solidão da alma
Pro corpo escolho, com calma

Não há na terra alguém certo pra mim
E assim será até o nosso fim
Separado por céus da lua, meu par
A única luz a me acompanhar

Não quero te deixar más lembranças
Ou fazer esperar com vãs esperanças
Não há na terra alguém certo pra mim
E mesmo que tentes serei sempre assim

A matilha ideal é a dos lobos unidos
A minha é formada pelos lobos feridos
A união se dá pela mesma solidão
Seja uma escolha ou uma condição

Só há no céu alguém certo pra mim
E sei que lá estarei, a seu lado, no fim
Eu escolhi ser acompanhado só pelo luar
Escolhi por fazer da Lua meu único par

F(r)ases em Três (Subliminar)

Tudo começa novamente
Nada será diferente
Erros sempre iguais
Escolhas sempre fatais

Nada parece mudar
Nunca irá acabar
Ciclos sem final
Pura poesia banal

Filosofias de bar
Homens sem par
Tudo é igual
Frases em três
Que durem um mês
Ou até o final

terça-feira, 27 de abril de 2010

Linhas Tortas

E por fim ele se entrega.
Não há mais por onde ir
Não há mais como sair
E ele agora já não nega.


Acabaram as linhas tortas
Já não sei mais expressar
Já não há o que falar
Já cansei de ser ouvido
Nada mais surte o efeito
Fiz tudo que podia ter feito
E no final sou esquecido.
Não posso mais mudar você
Não vejo como e nem porquê
Não há mais linhas de esperança
Ou valsas para a sua dança
Já descobri que não se alcança
Aquilo que já deixamos passar
Não há mais o que recomeçar
Só varios erros pra sanar
Mas ninguém disposto a concertar
Não da pra mudar o passado.
Então me deixes de lado
Siga o rumo que quiser
Estarei contigo,
Haja o que houver.


Queria acreditar que só digo verdades
Mas como sabes amor, com as minhas falsidades
Só me afasto de você, e hoje talvez
Isso seja pro seu bem... Ou pro meu

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Sonho de Concreto

Atropelado por asfalto
Que nunca para de correr
E embaixo do prédio mais alto
Ainda há algo a florescer

A cada sonho de concreto
Que cai dos céus ao chão
E pra cada destino certo
Que vem e vai na contra-mão

Nas janelas não há nada
Nada mais a observar
Construção inacabada
Que vela quem passar

Fazendo da fumaça o pão
De quem tenta respirar
Hoje nas ruas só há chão
Mas ninguém a caminhar

Fotografia

O que há de errado nessa fotografia?
Nada de má energia
E eu, sem porquê, sorria
Talvez pela tarde fria.

Nos meus olhos, nem sombra de passado
Nada parece errado
Nada a ser lembrado
Nada a ser marcado

Nada errado na cor da grama
Nem meus olhos (de quem ama)
Nada errado na ciranda
Na fachada, na varanda
O que há de errado no retrato?
Ah... É só você, bem ao meu lado

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Complica

Velhas mensagens de minhas histórias
Várias passagens de algumas memórias
Velhas passagens de algumas histórias
Várias mensagens de minhas memórias

Minhas mensagens de algumas passagens
Minhas passagens de algumas mensagens
Várias histórias de velhas memórias
Várias memórias de velhas histórias

História alguma de minhas memórias
Memória alguma de minhas histórias
Mensagens variáveis de velhas passagens
Passagens variáveis de velhas mensagens

Mensagem nenhuma dos eus passageiros
Passagem nenhuma dos eus mensageiros
Variações históricas de velhas memórias
Memórias variantes de velhas histórias


Nada nunca é tão simples assim

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sublime, Amor Sublime

Sublime é o meu amor, tão só
Lido de tal forma que nem sinto
Faço desse coração algum pó
E sobre seus efeitos já não minto

Sublime, meu amor, tão sólido
Deixe esse mundo de concreto
Melhor que sejas de uma forma válido
Do que permanecer nesse corpo, inconcreto

Sublimação, só o que peço por hoje
Sublime ação dos Deuses, quisá Sol
Sublime meu amor tão sublime
Sublimação pra mim e pro meu corpo
Sublimação pro meu coração tão
Sublime.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Clichê (Sonhos de Quarta)

Olhe a sua volta, o céu já clareou
Veio iluminar tudo aquilo que restou
Enxugue suas lágrimas, limpe o seu rosto
Procure se encaixar em algo do seu gosto

Tudo que hoje dói, amanhã vai estar curado
Trate de mudar para não ser mais deixado
De lado.

Veja minha querida a sua nova vida
Não estás mais perdida, não se sinta dividida
Todas as pessoas farão tudo por você
Não haverá mais dúvida, não haverá porquê
Venha para o nosso mundo ideal
Todos diferentes, nada será igual
Tudo que quiseres poderá conseguir
E toda a dor que sentes deixará de existir
Aqui.

Tudo o que há de ruim ficará do outro lado
Tudo neste mundo é friamente calculado
Todas as pessoas viverão em alegria
E jamais no céu haverá uma nuvem fria


Nada nunca morre, nada nunca falha
Ninguém irá perder uma única batalha

Tudo aqui é pensado exatamente pra você
Todo nosso mundo é um completo clichê

O Poeta Morto

Já não havia mais idéias
E nem mesmo ideais
As palavras todas velhas
As frases todas iguais

Eis que em total desespero
Pôs-se então a escrever
Se livrar por inteiro
Do que o fazia sofrer

As lamúrias encheram livros
As tristezas são retratos
As noites a sós viraram discos
E a dor estampou os quadros

Ele procurou versos alegres
Algo pra lhe fazer sorrir
Encontrou só notas breves
Sobre um futuro que iria vir

Os bons sentimentos, ele jogou fora
E então aos poucos ele morria
E quem olhar para ele agora
Enxergará um pilha de cinzas fria

domingo, 18 de abril de 2010

Quero

Hoje eu quero o fim de tudo
Um novo povo em outro mundo
Quero não saber
Hoje eu quero um tiro certo
Espero aqui de peito aberto
Quero não viver

Quero silêncio na cidade
Quero não lembrar de idade
Quero não ouvir
Quero não saber de mim
Quero não lembrar do fim
Quero não sentir

Eu quero ter um novo plano
E esquecer o erro humano
Quero não errar
Quero certezas não concretas
Quero errar em frases certas
Nem quero acertas

Quero ser quem fui um dia
E lembrar toda a magia
Quero viver de novo
Quero mais que nostalgia
E que a insólita alegria
Quero ser o novo

Venenos

Todos os dias acordar
E até a morte respirar
Parece simples, mas não é

Todo dia as mesmas doses
E no trabalho as mesmas vozes
Os mesmos cheiros até...

Sempre o mesmo julgamento
Sempre as mesmas decisões
Não resta nada no momento.

Sempre os mesmos sentimentos
Sempre os mesmos corações
Sempre os mesmos tormentos

Todo dia ver o sol
E ter que sair do lençol
Nada como eu escolhi

E de noite vem a lua
Devo então voltar pra rua
Nada como eu escolhi


Chego em casa já é tarde
Chego sem fazer alarde
Pra você não se assustar

Chego em meio a mil delírios
E nas mãos trago-lhe lírios
Para a casa enfeitar

Num instante tudo para
E aquela imagem clara
Já não passa de borrões

Eu desperto, peito arfante
Tudo vem em um instante
Eram apenas ilusões

Já não há mais sonho meu
Flores, delírios, beijo seu
Já não há você aqui

E então vejo meus venenos
Que hoje parecem bem menos
Do que quando eu vivi.

Vejo todos os venenos
Quem dera fossem menos
Mas tudo há de passar.

E já não há mais vida fria
Já não há vida vazia
Tudo deve se curar.

Ou acabar

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Eternamente

Eu não quero ser somente um
Momento
E nem ter que esperar que tudo enfim dê certo
Não quero que me sinta passando
Como vento
E nem quero só poder olhar de perto
Eu não quero ser lembrado só por fotos
E nem mesmo ser alvo de arrependimentos
Nunca quis ser alguém digno de votos
Não sei mais lidar com os meus sentimentos


Presas no mural as velhas fotos, amarelas
Contornadas por todas as palavras belas
Que eu consegui lembrar pra descrever
Cada momento que tive a sorte de viver
Só não serve, só se for com você


Velhas coleções de manchas, lágrimas e cera
Lembranças de cada sexta feira e hoje eu sei
Que pra mim fostes a primeira
A primeira digna de cada um dos recortes (sobre amor ou morte)
E mesmo que hoje eu exiba tantos cortes
Mesmo que já não tenha a mesma sorte
De ter você de corpo e alma
E nem seu coração em minha palma
E nem seu rosto pro amanhecer
Ou seu abraço pra me proteger de mim
Do fim.
Mesmo sem o seu sim, seu consentimento
Levo embora cada sentimento seu
Pra somar ao meu, lembrar que nada se perdeu.


Veja amor, o dia escureceu.
Vejo agora a mesma lua e o mesmo céu
E lembro do verso sobre o mel e o fél, que eu nunca lhe escrevi
Lembro dos dias que vivi e de quando revivi
Cada momento com você.



Me desculpa eu menti novamente
Quando disse que ia embora de repente, nem mesmo eu acreditei
Não sei se lhe enganei, mas aqui estou, voltei
Nem sei se é pra ficar...
Mas, a cada gesto e cada olhar
Sinto os grilhões a se fechar
Em volta de meus braços.
Braços, que já não lembram dos abraços
Que um dia souberam dar.


O meu erro foi julgar que não devia te amar
Foi sentir que sem você podia prosseguir
Foi enxergar, sem você, um bom lugar
Foi fugir quando só precisava sair...
Quem sabe pra uma volta? Ou duas...
E agora depois de luas já nem lembro mais que ruas
Me levam até você.



Venha me buscar, me achar, encontrar, salvar.
Me resgate do que eu fui, me ensine a ser quem sou
Sem você nada restou do homem que eu queria ser.
Sem você não há porquê, não quero saber de mim
Sem você só quero o fim.
Enfim, deixe que eu te ame e me ame ao mesmo tempo
Quem sabe assim, com um passo lento vamos até o firmamento
Que é onde você está, linda e sem chorar
Radiante, a me esperar.
Pra que eu possa em paz te amar
E ser só seu, eternamente.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Três

Meu caminho, só andei
E a cada passo que eu dei
Cada escolha que tomei
O caminho que criei

Este é o jogo que joguei
Em cada dia que passei
E meu sorriso, falsifiquei
São as regras que criei

E nesta cama em que deitei
Coberto em frases que falei
E no final me escravizei
A esta vida que manchei

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia Pt.3

Poesia Rima com Nostalgia Parte Três - Março

E sempre no terceiro mês
As coisas tentam se encaixar
E as pernas tentam outra vez
Finalmente começar a andar


Eu já não vou me adaptar
E já não sei qual mundo é meu
Não tenho rumo a tomar
Nem mesmo sei quem sou eu


E no que eu não sinto mais
Fui buscar meu próprio bem
E de onda em onda, mar em mar
Só quero que seja além

Me pego equilibrado nos ponteiros
Acorrentado as horas a passar
Não podemos nos livrar do tempo
E eu não o quero como par

E cada culpa que eu carrego
Por pura e crua impaciência
É um modo de fugir
Do peso em minha consciência

E hoje sobre pontes me lembro da saudade
E de como esperava pelo sim
Aos poucos me atiro, aos poucos me mato
Pois sei que abismo nenhum é o fim

Melhor ainda, falo sem dizer
Até com as palavras me escondo
Se quiseres, podes me entender
Trilhe então o caminho mais longo

E o que era só um?
Um sagrado tempo em que éramos livres
E hoje? Pobres escravos
Presos ao tempo em que eram felizes

Olhares, goles, quero cem
Só assim pra lhe esquecer
A cada dose, taça ou brinde
Mais seu passarei a ser

De ser assim nem me recordo
Dos meus jovens companheiros
Só recordo dos desgastes
E de amores veraneios



E já não tenho em minhas mãos
Aquela vida do passado
Sei que por ser alternante
Jamais poderei ser lembrado

E rodo assim, de palco em palco
De velha em velha escuridão
E o meu mais novo medo
É uma interna solidão

Dos velhos cacos no vitral
Já não quero mais falar
Investigando mais a fundo
Sempre irá me encontrar...

E levarei em meu pescoço
As seis partes de um nó
Quem sabe diante desse esforço
Não deixo enfim de ser tão só?

Mas de você, dor, me cansei
Vou buscar o meu melhor
Minhas escolhas só eu tomo
Sei de ti tudo de cor



Me entrego logo a boemia
Largo-me em qualquer lugar
Rego minha ilusão
E ainda é cedo pra parar

Pra cada um que precisar
Solte o velho grito contido
E se quiserem colecionar
Troco um coração partido

E sempre no terceiro mês
As coisas voltam a se afastar
E as pernas tentam outra vez
Mas só querem mesmo descansar


Eu já não sei me adaptar
E já criei um mundo meu
Penso no rumo a tomar
Vou descobrir quem sou eu

domingo, 11 de abril de 2010

Muitos

Todas as pessoas deviam saber se dividir. Do que vale ser um só? Do que vale ser alguém que não consegue se adaptar? Por que todos devem ser tratados de uma mesma forma? As pessoas devem buscar em si a essência, mas nunca definir alguns traços que as limitem. Não quero ser um e nem quero ser poucos. Quero ser muitos e que nunca saibam quem eu sou. Quero que as pessoas me descubram aos poucos e no fim nunca me descubram. Quero me dividir no que for necessário.

Sobre a essência, se todo o tempo que eu passar com alguém não for necessário pra que eu seja necessário então prefiro não passar tempo nenhum, mas ao mesmo tempo, não quero sombras, nem seguidores. Caminharemos todos de mãos dadas, mas nunca vou parar pra ajudar ninguém.

Sobre o amor, quero que todos se amem mais do que aos outros. Ninguém é apto pra amar alguém se não souber amar sua própria vida em primeiro lugar. Não quero escravos dos meus sentimentos. Sou inconstante e nada que venha de mim é eterno.

Sobre o coração, já o entreguei demais. Não há nada que me reste.

Sobre o conhecimento, parado não serve de nada. O pouco que eu sei deve sempre ser acrescentado aos que tiverem interesse.

Sobre a força, novamente, não preciso de sombras. Não me vale de nada alguém que simplesmente concorde comigo em tudo. Quero que se imponham, que se mostrem. Julguem-me inimigo se necessário, quero uma guerra constante.

Sobre a magia, ela está em tudo e não há nada a ser dito.

Sobre a coragem, tenham sempre a coragem necessária pra coisa mais difícil que os homens criaram, passar por cima de si mesmo. Pra que serve a palavra se não pra ser quebrada? E o orgulho? Tenha a coragem de perdoar e ser perdoado, mesmo que eu não seja exemplo pra isso. Nem tudo o que sai de mim é o que sou de verdade.

Sobre a indiferença, as vezes é necessário esquecer os defeitos do resto do mundo se isso significar algum tipo de felicidade, ou melhor, alívio.

Sobre a vaidade, moderadamente é o melhor remédio pra alma. Não tenham vergonha de se envaidecer.

Sobre o orgulho, às vezes é necessário pra deixar pra trás o que te faz mal. Não é necessariamente orgulho, o nome certo talvez seja amor próprio.

Sobre a paixão, nossos atos devem ser movidos por isso. Do que vale o homem sem o desejo?

Sobre a vontade, “Amor é lei, lei sob vontade”, nada no mundo resume melhor. “Faz o que tu queres, há de ser tudo da lei”, Aleister Crowley é um gênio.

Sobre a simplicidade, não tente se complicar, nem sempre o caminho certo é o mais difícil e as vezes lutar demais por algo é só se torturar. Saiba reconhecer a derrota.

Sobre a amizade, em minha mesa eu quero sempre meus cavaleiros, mas sempre a minha direita um Lancelot.

Sobre proteger os amigos, Hércules e Atlas sempre estarão juntos, pois um sempre precisara do outro.

Sobre se dividir, ser um só sem ser muitos não é viver, é sobreviver. Adaptação é a lei da vida, mas eu detesto leis. Não se adapte, crie a sua realidade, o seu mundo.

Sobre mim, sem cada uma dessas partes eu sou apenas um nada.

sábado, 10 de abril de 2010

O limiar do passado

Dedico a ti meus versos mudos

Das luas novas em que vagava na escuridão

As dúvidas que me martirizavam, incrédula do fim

Dedico o meu sorriso ao te ver sorrir.


Tu bem sabes dos meus sigilos

Não me oculto diante de ti

Pois como a lua, vivo exposta aos que desvendam.


Invade meu âmago e já não há o que fazer

Entrego-me aos seus deleites no meu profundo desvario

Como em todos os momentos que sempre se eternizam

Irreparavel

Em uma mesa estão seis copos
Mas apenas cinco amigos
O sexto a muito esquecida
Está calada e é toda ouvidos

Se o sexto a muito está ausente
Nada errado em convidar
Uma sétima que se sente
Onde o homem deveria estar

Entretanto se em um espaço
Os dois se entreolharem
É o suficiente para então
Uma guerra começarem

O sexto não precisa disso
E se levanta pra ir embora
Diz, mesmo sem ser ouvido
Que chegara a sua hora

O sétimo se alegra
Com espaço desocupado
E põe a conversar
Com os outros do seu lado.

O sexto vai embora
E já não quer mais voltar
Hoje busca um espaço
Que ninguém mais vai se sentar.

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É só disso que eu preciso enfim
Mas não é lá que vou encontrar
Um espaço que respeitem
E sem ninguém pra perturbar

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Remédios Velhos

Nada cura o tempo
Nem mesmo o tempo se cura


Sobre os remédios velhos em minhas gavetas
Já te expliquei, meu amor, são só caminhos
Modos de me esquecer de quando aqui não estás
E talvez um alívio pros corações sozinhos

Nada me cura, nem mesmo o tempo
E o tempo já nem quer mais se curar


Sobre os comprimidos sem efeito
Já lhe expliquei sobre mim, amor
São modos de esquecer de mim (ou nós)
Meios de levar a vida sem rancor

Com o tempo não se cura nada
Nem mesmo a cura resiste ao tempo.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Nem Sei/Girl

Girl, what is wrong with you?
See, all our past is true
Girl, what is wrong at all?
See, our world is very small

Can’t you see i’m true?
Can’t you feel it’s true?
And all we past through
What more can I do?

Eu
Nunca quis que tudo fosse assim

Nos sobre a despedida e o fim
Eu
Que sempre me esforcei pra entender
Enfim
Tento mais uma vez me desprender

Girl, can we be so strong?
See, look at what we’ve done
Girl, everything is wrong, wrong, wrong
See, I write you this song




Eu pus tudo a perder
Nem sei bem porquê
Por quem
Nem sei


Eu
Nunca quis que tudo fosse assim

Nos sobre a despedida e o fim
Eu
Que sempre me esforcei pra entender
Enfim
Tento mais uma vez me desprender

terça-feira, 6 de abril de 2010

Espera(nça)

Era tão engraçado como tudo acontecia.

Ele, sempre sorridente, chegava sabendo que iria encontrá-la. Como isso alegrava seu dia, saber que poderia perder algumas horas admirando qualquer singelo movimento realizado por ela. Qualquer sorriso ou olhar, qualquer frase que esboçasse algum sentimentalismo, qualquer inconsciente manifestação de importância. Como ele esperava por isso. Como ele esperava por ela. Como ele esperava.

Um dia ele chegou, sabendo que seria um dia importante, mas esperando que as mudanças que aconteceriam tornassem o bom em maravilhoso. Por isso ele espera até hoje. Num simples piscar de olhos ela passou e foi embora. Mas não foi uma despedida qualquer. Segundo ela, agora era “definitivo”, mas que um dia quem sabe poderia voltar. Engraçado.

Talvez um dia ela volte pra ele. Mas e agora? De que valeria esperar de braços abertos por alguém tão incerto? De que valeria esperar? De que valeria afinal? Qualquer coisa ou alguma coisa qualquer. Qualquer que fosse essa coisa, não valeria apena.

E ele agora espera que alguém o procure como ele já procurou alguém.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Despedida

Vou ao seu encontro.
Levo comigo as palavras que nunca disse
E as sentenças que tu me destes
Levo embaixo do braço algumas palavras suas
Algumas lembranças suas
Ou das varias luas em que me esperastes.

Vou ao seu encontro.
Sem espada ou escudo
De peito desnudo
Pronto pra cada e qualquer golpe
Vou e não espero ser perdoado
Quem sabe amado se nunca tem fim.

Se ao acaso me recebes sorrindo
Levo-te comigo e não te largo mais
Mas se eu te vires chorando
Vou me sangrando e não retorno mais

Vou ao seu encontro.
Levo comigo o que sempre guardei
E cada momento em que te amei
Levo comigo a plena esperança
De quem nunca alcança
Mas sempre se lança de novo a tentar


Vou ao seu encontro.
Não tenhas medo, será o último
Se me sentencias a viver sem ti
Juro não passar mais por aqui
Juro não pensar mais em nós dois
E o resto da vida, planejo depois

Mas se ao acaso nem me recebes
Rogo lhe pragas de falsos horrores
Se ao acaso me renegues
Levo minhas chagas e os velhos amores.

domingo, 4 de abril de 2010

Embrulho

E eu volto a me tratar de não sei o que
Me pego repetindo frases sem porquê
Sei do que aconteceu a meses atrás
Mas olha só o que a vida faz

No espelho me coço até ferir
As marcas que você deixou, cansei de abrir
Tudo ao meu redor a se diluir
Tudo ao meu redor a se destruir

Veja meu bem, não me importa
Cada dia cinza ou cada frase torta
O nosso presente embrulhado
A cada ato mal calculado
E cada erro passado
Ferimento cicatrizado
Nada parece passar
Nada quer se curar

Volto a repetir não sei o que
Volto a me tratar sem porquê
A meses atrás eu sabia
De tudo o que vida nos fazia

No espelho as marcas que você deixou
A ferida no meu rosto não fechou
Me desfaço em partes de um instante
E me guardo em peças da estante

Nem bem importa o que verá
Nem cada frase torta que dirá
Eu embrulhado de presente
E jogado a sua frente
Pra cada passado um presente
E cada marca a gente sente
O que passa de repente
E tudo o que a gente não entende

Parece que não acaba mais
Mas acaba que só traz
Mais motivos pra euforia
Mais versos pro dia a dia
Mais versos pra agonia
Mais motivos pra poesia

sábado, 3 de abril de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia Pt.2

Poesia Rima Com Nostalgia parte 2 - Fevereiro

No mês que tudo se acaba
E nada ainda começou
Eu me entrego à nostalgia
De tudo o que passou

De todos os maus momentos
Já não quer mais lembrar
A cada mês um sofrimento
E nada parece acabar


Pois minha vida é um xeque-mate
De lados sempre alternantes
E cada um dos meus ataques
São momentos desgastantes

Sempre quis você e só
Lembra-se que lhe escrevi?
Queria tudo de você assim
Mostrei tudo que senti

E você dançando, sua cruz
E já não mais sonhava
Sempre lhe faltou um par
E mesmo assim valsava

Minha angústia ninguém mediu
Ninguém viu minha desolação
Todos a me torturar
Cortavam meu coração

Acabo-me aqui, em poesia mal escrita
Contrastando alegria e sofrimento
No cinza que se tornou dia a dia
Eu sempre me vejo nesse tormento

Nas madrugadas vejo o tempo passar
E ainda assim vivo cada dia
E a filosofia dos contos inacabados
Aqui e viva jamais serviria

E no meu terceiro ato
Da história dos presentes
Mostro a dúvida encenada
Só por magos decadentes

E nesse espelho que me vejo
Refletido nesse quadro
Vejo a vida em cada fato
Nesse quadro em que me enquadro

Acabo no bar com meu irmão
Solução de todos os momentos
Não é engraçado a vida unir
Dois péssimos elementos?

Perder dois anos não é fácil
Ele teria então que muito lutar
Para recuperar o seu papel
Para reconstruir o seu lugar

E nós que começamos tudo errado
Não temos mais nada pra mudar
Nossas vidas agora não servem mais
Devemos sempre caminhar

Depois de tantos futuros mortos
E de corpos, copos na estante
Peguei os retratos e coloquei na parede
E agora aguardo o próximo instante

No mês que tudo se acabou
E nada ainda começa
Eu me entrego à nostalgia
De tudo o que nunca passa

E cada um dos maus momentos
Já não quero esquecer
A cada mês um sofrimento
E assim temos que viver

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia

Essa é a primeira parte da relembrança dos poemas já escritos. A primeira parte será a nostalgia de Janeiro

Poesia Rima Com Nostalgia


Hoje paro, penso e lembro
De cada um dos momentos
Que são hoje importantes.
Antes Olhos desatentos...


A cada um dos velhos oito
Espero sempre o que há de bom
Que a vida se desdobre
Em vários arranjos de um som

A cada um dos juramentos
Que minha palavra nunca valha
Mas com já lhes disse antes
Meu pensamento não falha

Para cada vez que me esconder
Que surja sempre um bom amigo
Pra cada campo de batalha
Um valoroso inimigo

Nós só notamos com o tempo
Que a lua passa e os anos vêm
E descobrimos da pior maneira
O mundo não para quando nos convém

Se os sentimentos congelam
E a razão é coração
Pense, sinta, viva e morra
Mas aja sempre por paixão

Lembre da inconsciência
E de toda ilusão
A reunião de inimizades
Necessidade de perdão

Busque sempre seu reflexo
Sentimentos Obscuros
Quando postos a luz clara
São ótimos portos seguros

Saiba que logo começa outra vez
E nunca há como desabar
Eu que sempre só joguei
No fim preciso apenas conversar

As pessoas que ficaram pra trás
E que hoje estão longe de mim
Podem sempre se procurar
E se achar bem antes do fim

Eu que sempre quis o certo
Mas sempre tentei me enganar
Fico procurando meios
De não mais errar

Sobre cada uma das mil vezes
Que eu ensaiei a despedida
Saiba que na verdade
Nunca quis sair do “nossa” vida

E agora meu amor
Venho lhe dizer o inverso
De todos esses trechos sérios
Lembra-se daquele último verso?

Eis que o final se aproxima
O réquiem do que acabou
E eu ainda hoje me pergunto
Será que ao menos começou?

O mais importante a se lembrar
É aquele conto inacabado
O que sou jamais esqueça
Meu palco está sempre bem montado

Hoje paro, penso e lembro
De cada um dos momentos
Que são hoje importantes.
Olhos sempre bem atentos...