segunda-feira, 21 de maio de 2018

Injusto

Não há razões para o que segue
Apenas texto corrido
E por mais que o tempo tenha dividido
Certas coisas são melhores juntas
Talvez eu não tenha lhe dito
Ou tenha dito menos do que devia
Mas nunca neguei que queria
Ter te feito melhor
Sei que não tem nada a ver
E não há nada mais pra nós dois
O que se provou como melhor depois
Mas ainda dá pra rir disso
E no mais ainda dá pra ser bom
Reinventando o conceito de juntos
Riscando certos assuntos
A gente vê onde isso vai dar
E pode ser engraçado
Se a gente não der espaço pro susto
Pois amar é um troço injusto
Mas confesso que amo você

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Indo

Toma o meu silêncio e extrai dele qualquer arte
Não mais terás de mim o gosto amargo dos lamentos
Aprofundo as madrugadas, mas não cedo aos pensamentos
Pois me enxergo em tudo isso, mesmo o que já não faço parte

Os desafios se renovam, então renovo minha lírica
Pra viver reverberando outras rimas de meu charme
E quem sabe até viver um outro amor que enfeitiçar-me
Só o amanhã dirá se a vida é realmente cíclica

Mas não vou nutrir a dor daquilo que não foi pra frente
Nem chorar mais uma noite pela falta de razões
Não dá tempo de reerguer-me novamente no domingo
Dessa vez eu vou tentar alguma coisa diferente
E me abrir para as mudanças em minhas próprias decisões
Se não sei pra onde vou, sei ao menos que estou indo

terça-feira, 8 de maio de 2018

Sobre o Outono

Amanso a tempestade que vive dentro de mim
Venho engrossando a pele pras camadas de sujeira
O peso de existir em meio à vida corriqueira
Curioso pra saber se algo da certo antes do fim

São dias de silêncio e madrugadas entre escombros
E a fria companhia dos delírios abstratos
Questiono qual é mesmo a natureza dos meu atos
Se sempre sobra tanto desalento aos meus ombros

Será que eu me machuco só pra ver se isso estimula?
Se acende alguma luz pras novidades do futuro
Ou alguma coisa boa, porque eu já não aturo
O preço ainda é muito alto e a queda ainda é muito dura

Então a vida continua, então deixa chegar o outono
Que as cores fiquem mais fortes pra reanimar o olhar
Amanso a tempestade que pode sempre desabar
Aguardo o que vier depois de horas do meu sono