segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Quem Morreu?

Eles me perguntam:
Mas quem é que tu perdestes
Pra ostentar em tua face
Esse olhar de quem sofreu?

E eu respondo
Que já perdi as contas
De quantas vezes
Essa vida se perdeu...

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

III

Meu coração é lutador
Incansável pela estrada
Sofrendo longe de sua amada
Pra provar o seu valor

Bate torto, sangra e chora
Se você vem ele se abre
E abaixando escudo e sabre
Deixa as lutas pra outra hora

Ele se esconde na tristeza
Pra bombear felicidade
E então se esquece que ainda bate
Em resposta à tua beleza

Meu coração é lutador
Guerreiro forte de olhar manso
Que só precisava de um descanso
Pra poder te dar amor

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

II

De toda palavra lançada eu rimo com nosso futuro
Fito brevemente a rua, pra limpar minha consciência
Eu queria ser pra ti um abraço mais seguro...
Mas diante de meus braços você perde a paciência

Eu queria apagar tudo que me marca e te entristece
E erguer, pedra por pedra, um castelo só pra ti
E quando cai a noite, do teu nome eu faço a prece
Pra te proteger de todos esses males que vivi

Irei silenciosamente envolver-lhe nas madrugadas
E calar-me obediente ao que teus olhos me propõe
Acalmar teu coração, que há tanto precisa de mim

Eu queria apagar todas essas páginas viradas
Pra deixar somente a mística que sempre nos compõe
Enlaçar-me nos teus braços e ficar até o fim

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

I

No reflexo do sol que em teu olhar incide
Eu li estas certezas que vou cantando rua a fora
Não sei se agora manda qualquer novo pensamento,
Mas contigo tenho alento que de certo revigora

Sei que, na verdade, tudo isso diz coisa nenhuma
E que a carta que lhe escrevo não é a mão que a ti se estende...
E mesmo sendo diferente, certas coisas não se mudam
Como a dor que causa a mágoa que só quem vive compreende

Mas escrevo-lhe com doçura que acalma meus anseios
Por não dispôr de outros meios, olho-te com os olhos mansos
E assisto constrangido meu coração e seus avanços
Que somente me comanda pra onde aponta sua mão

E tropeço em nervosismo, rindo por ansiedade
Que não é nada além de querer coisas demais
Não me rendo aos meus anseios, não procuro mais por nada
Guardo todo meu desejo pra querer demais você