sábado, 20 de dezembro de 2014

Há Seu Nome Em Todas As Coisas

Já é sabido, solitários imaginam coisas além

Há seu nome em todas as coisas
Tuas cores me seguem na esquina
Teus olhos me seguem de noite
Teus passos viraram minha sina
Teu corpo me toma de escravo
Me entrego sem nem protestar
Mas de repente o sonho se vai
E a noite nunca vai acabar

Há seu nome em todas as coisas
Em todos os textos que leio
Em todos os filmes que vejo
Você sempre a provar ao que veio
Mas sempre leva tudo isso embora
Há teu nome em todas as coisas
Mas restam bem poucas agora
Restou o amor que responde por ti

É claro que todos os poemas de amor estão tristes agora
Afinal, você foi embora levando a essência
Poesia e saudade só combinam em sonho
Quando a realidade bate a dor é maior
É claro que tudo está meio cinza
A não ser quando a esquina se pinta de sol
Você cruza a rua e carrega meus olhos
Mas o mundo todo decai ao redor

Há seu nome em todas as coisas
Até nesse meu desespero
Que eu nunca deixo virar desesperança
Continuo guardando o amor inteiro
Há seu nome em todas as coisas
Até o velho novo lamento
Se deprimiu ao te ver partindo
Veio a mim em busca de alento

Há seu nome nas placas da rua
Mas sei que não busca retornos
Sei que estás longe e assim
Não me queres em teu entorno
Mas seu nome permanece em minha boca
Todos já estão cansados
Já é sabido, solitários imaginam coisas além
Eu só quero você do meu lado

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Amar Você É Coisa de Minutos...

"Amar você é coisa de minutos
A morte é menos que teu beijo
Tão bom ser teu que sou
Eu a teus pés derramado
Pouco resta do que fui
De ti depende ser bom ou ruim
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Morto teu pai serei teu irmão
Direi os versos que quiseres
Esquecerei todas as mulheres
Serei tanto e tudo e todos
Vais ter nojo de eu ser isso
E estarei a teu serviço
Enquanto durar meu corpo
Enquanto me correr nas veias
O rio vermelho que se inflama
Ao ver teu rosto feito tocha
Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha
Sim, eu estarei aqui"

Paulo Leminski

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Já Passou Da Hora

Já Passou da hora disso ter um fim, já passou Da Hora De criar coragem e escrever sobre outras coisas que não Você, já passou da hora Voltar a sanidade e assumir o Meu controle... ter um pouco de Amor próprio

Balança

Pese as coisas, rapazinho
Não se esqueça de pesar
Se vale a pena estar sozinho
E se ela vale o seu pezar..

Pese as coisas, meu amigo
Não se esqueça de você
Se hoje está feliz consigo
Foi por todo esse sofrer

Pese as coisas, pese sim
Vale a soma das vontades?
Talvez tudo tenha um fim
Talvez leve à insanidade

Pese as coisas com cuidado
Ela disse que é pra sempre
Igual esse dedo tatuado
Pra que você sempre se lembre


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Ternura

Eu não queria ser somente um momento, não

Mas não imaginei ter seu coração
Não queria te ver passando
Como vento
E agora nem posso olhar de perto
Eu não quero ser lembrado só por fotos
E nem mesmo ser alvo de arrependimento
Nunca quis ser alguém digno de votos
Mas lacro aqui mais uma vez o sentimento


Presas no mural as velhas fotos, amarelas
Contornadas por todas as palavras belas
Que eu consegui lembrar pra descrever
Cada momento que tive a sorte de viver

Coincidentemente, amor, todos com você


Velhas coleções de manchas, lágrimas e cera
Lembranças de cada sexta feira e hoje eu sei
Que pra mim fostes a primeira

A primeira que eu perdi por sorte
Pra talvez poder voltar mais forte, já derrotado
Tenho abraçado a velha sorte
Pra ter você de corpo e alma
Cuidar de ti em minha palma
Sonhar contigo é amanhacer
Não ter seus braços pra me proteger do fim
De mim
Mesmo sem o seu sim, seu consentimento
Levo embora cada sentimento meu
e rezo pelo seu, sei que seu amor não se perdeu.


Veja amor, o dia escureceu.
Vejo agora a mesma lua e o mesmo céu

daquela quarta-feira, dia seis. Lembro do que te escrevi
Lembro dos dias que vivi e de quando revivi
Cada momento com você.



Me desculpa, enfraqueci novamente
Quando disse que ia embora de repente, nem mesmo eu acreditei
Não sei se lhe enganei, mas aqui estou, voltei
Nem sei se é pra ficar...

Mas prometo não trancar seu corpo,
Prometo liberdade dos meus braços
Braços, que já não lembram dos abraços
Que um dia souberam dar.



Meu erro foi querer você com força extrema
Mas querer sempre a pequena forma de te amar
Achar que não precisava mudar, que bastava o afeto
E agora não adianta ser discreto, pra te reconquistar
Quem sabe mil poesias? Ou duas...
E agora, todas já são suas e eu nem sei mais o que contar...


Venha me buscar, me achar, encontrar, salvar.
Esquece do que eu fui, vem viver o que eu sou
Por você hoje que eu sou o homem que eu queria ser.
Sem você não há razão de levar tudo isso ao fim
Eu me rendo, sim.
Enfim, deixe que eu te ame e me ame ao mesmo tempo
Quem sabe assim, com um passo lento vamos até o firmamento
Que é onde você está, linda e sem chorar
Radiante, a me esperar.
Pra que eu possa em paz te amar
E ser só seu,
Tão ternamente

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Proteja-me do que eu quero

A gente acorda repetindo os mesmos versos
Coisas que escrevi há tanto tempo atrás
E de repente um dia a gente nem acorda mais
E os velhos versos se perdem na poeira
A gente acorda junto e junto passa o dia
E eu lhe mostro o que eu quero pra nós dois
Então um dia chega e não há mais um par
E o que eu queria fica pra um "talvez depois"
Os meses passam e as lembranças continuam
O mesmo rosto, o mesmo toque, a mesma pele
E o medo aumenta a cada olhar ao rastro rubro
A velha marca de um amor que era tudo
E o novo trauma que me toma a madrugada
Mais uma súplica que morre no relento
Sufoco a fala e me proíbo de você
Os bares gritam mais uma vez a liberdade
Prontamente a resposta está aqui
Eu me entrego outra vez aos braços falsos
E aos copos sujos de outra farsa que criei
Já não há alma nisso aqui que me tornei
E ainda rogo a proteção da insanidade
Que ao menos nessa sexta-feira eu me suporte
E passe o dia com certa dignidade

28 de Novembro

Eu prefiro guardar aqui a dor da sua ausência
Pois as palavras são pra sempre, como nada mais é... assim espero


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O Alvo

Falsa Sinceridade 21/09/2011

Eu tenho mentido sobre tanta história que até mesmo meu passado vem se confundindo.

Eu não estou bem, não há porque fingir
Nada disso é certo, nem essa máscara de incerteza
Não há frieza e nem há nada pra sentir
Não há porque ficar perto só por não poder fugir

Nada disso lhe convém e já não faz sentido
Não há razão em ser só por não saber não ser
Se o que somos é acaso, por acaso tem existido
E não há como manter o que não se pode viver

A gente sente, eu sei que sente
Mas a gente também mente, por querer sentir
Tudo aconteceu tão repentinamente
E agora a gente não sabe mais como deve agir
A gente só finge que entende
Porque hora ou outra isso tudo vai sumir

O Alvo


E o que eu pude fazer, além de te ver indo?
Enquanto eu estava aqui, colhendo os cacos de outrora
E o que restou de mim agora? Seguir sorrindo?
Aceitar que a sinceridade realmente foi embora?

No mais os dias voam, mas as horas se demoram
E os amigos vão embora quando as garrafas secam
Seus olhos que me negam mas no fundo me devoram
Enquanto outros choram e aos abismos se entregam

A gente foi muito além do que devia, talvez
Mas outra vez fomos além do que devíamos deixar
Enquanto os anos se passavam, tudo se desfez?
O que você dizia crer, era o que eu nunca fui capaz
E com sinceridade, tudo acabou de vez
Mas a minha falsidade vai pra sempre te esperar


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Desde Então

_Olá, meu amor

_Olá

_Tudo bem com você?

_Sim e aí?

_É, tentando.

E desde então tem sido assim.

  As inúmeras tentativas refletem nada mais do que a vontade de ter mais momentos, menos recordações. As reflexões já não atendem o que o espelho reflete. Enquanto eu perco minha imagem, contigo foge a minha semelhança.

E desde então tem sido assim.

  O baixo desespero se agrava e aumenta a imensidão das folhas brancas. Palavras não preenchem o vazio do "Bom Dia". Enquanto eu continuar acordando dos sonhos que me assombram, minha vida pode continuar esse mesmo pesadelo

_Olá, você

_Olá

_Tudo bem com você?

_Sim e aí?

_Já nem tento, só continuo

E desde então tem sido assim

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Bem

Senhoras e Senhores,

Não trago respostas. 
Não, quem me dera poder ler além dos olhos de quem me encanta, abrir a mão e mostrar o espaço que reservo para cada um de vós. Não, quem me dera poder contar mais do que os dias tristes sem partilha, pois as alegrias a gente gasta vivendo, pra que preservar?

Não venho profetizar perdas ou ganhos. Estou em meio à multidão e de olhos baixos, procurando pelos passos certos, mas Deus quis que eu fosse errado, nisso ele acertou. E que sobre claustrofobia... Enquanto me sufoco com o silêncio de vocês.

Não sou nada além do que mostro, não tenho encanto além do que afirmo, não passo de artista que convence, confesso que com pouco esforço. Não tenho intenções além da primordial e mais bela: cativar.

Pois bem, meus amigos, 

Declaro aqui meus bens: As possibilidades que vocês proporcionaram.

As conversas embriagadas em praça pública, as noites que terminam em lugares errados, os arrependimentos do dia seguinte. Dormi em certos lugares que não deveriam nem existir.
Cada palavra encaixada em coerência, em sincronia com a minha necessidade. Vocês são mestres em provar que eu sou pouco em tudo o que queria ser, pois queria ser para vocês tudo o que são para mim:

Bem

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Ilustre Desconhecida

Que venha a nós muito mais tempo
E dúvidas
E receios
E que as palavras lúcidas te toquem mais que o que exagero
Pois já sabes que te espero e não pretendo te enganar
Estou aqui a sussurrar ao teu ouvido que é comigo
Que deves ficar
Não tenha dúvidas quanto ao que te escrevo
Não tenha receio de atar teus laços
Pois se estás nos meus braços
Está onde deveria estar.

Aos amantes deixo minha experiência
Pois depois de tanta insistência, eu pego a barca novamente
Só vou errar no diferente, pra ver se aprendo alguma coisa
Aos amantes deixo minhas palavras velhas
E meus clichê de cabeceira.

Quarta-feira foi um dia diferente,
Costumam ser, costumam ser
Louco, apaixonado e correndo atrás de ti
Talvez você não entenda o que eu vi
Através das tuas lentes
Sei que sentes, muito mais do que pretendes assumir
Sei que sentes
Muito mais do que eu realmente ofereci
Me provoque, ilustre desconhecida
Um breve toque
E a sua simpatia
Guardo pra outro dia uma série de sensações (perversões)
Não cabe em ti o que me escondes

De interessante, preservo a capacidade de te ler
Talvez para te ter por perto, mas não sei ao certo
O que você "quer querer"
Me queira bem, pois não há outra saída pra essa piada
Que nos armaram
Pois bem, eles nos ligaram
Assumo daqui pra frente

Sim, quarta-feira foi um dia muito diferente.


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Algo Rasga a Madrugada

Eu me curei, me protegi
Melhorei tudo o que podia
Sentei à mesa e enfim reli
As mil palavras que escrevi
E vi o fim da serventia

Não há mais vida na tristeza
Escureceram as madrugadas
E eu já não vejo mais beleza
Em me manter com a mente acesa
Enquanto o dia clareava

Eu fui embora desse mundo
Deixei pra trás melancolia
Já não espero ser profundo
E nem quero tocar no assunto
Já não aguento essa agonia

Mas algo rasga a noite clara
E me devolve a inspiração
Mantenho a vergonha na cara
E torno a sua face rara
É que estou bem em solidão.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Voz Mansa

Já passou o dia e já passou a noite
Mas não passou você
Será que vai passar? 

As tuas palavras em voz mansa machucam muito mais que os gritos que eu andei dando por aí

terça-feira, 6 de maio de 2014

Um Novo 6 de Maio

E tudo ainda vale tanto
Tanto tempo já passou
E eu aqui na mesma estrada
nossa estrada, meu amor

E aqueles sonhos velhos
Já tão gastos e esquecidos
Alguns deles realizados
Mas que nunca perdem o brilho

Mais um daqueles textos
Um poema com teu nome
Fica espalhado pelas linhas
Esse amor que não nos some

Eu só queria ter um jeito
De dizer em meio a isso
Que nada muda o que eu sinto

E que nada vai mudar
E que eu vim para ficar
Somar a ti tudo o que eu tenho
Construir o que faltar
Para assim te ver feliz

É tudo que eu sempre quis
Te receber, braços abertos
E receber sorriso, certo
De que tudo isso é pra mim

E foi por isso que penei
Foram anos dolorosos
Mas foram todos anos nossos
E isso nunca vai mudar

Cinco anos de vivência
Experiências perigosas
Mas você, maravilhosa
Fez tudo valer a pena
Fez o que era bom durar
O que não importa já se foi
E de tudo isso aqui ficou
O que move a minha vida

Nunca esqueça, minha querida
Que estou sempre ao seu lado
Independente de passado
Pois é certo que já te encontrei
E sabendo do perigo
Eu continuo aqui contigo
Vale a pena por você

quarta-feira, 19 de março de 2014

Vazio de Mil Paredes

Meus olhos pesam diante do branco da parede
Ou será que as cores mudaram?
São tantas horas perdidas estando perdido
Que eu já perdi a conta de quantas paredes tem esse quarto

Sempre foi tudo assim vazio, as molduras só dividem o espaço.
Paredes dentro das paredes, talvez eu esteja preso e nem saiba

Eu olho em volta e vejo anúncios, homens jogando cartas, portas fechadas
Olhos que me fitam de qualquer lugar, em qualquer lugar.
Garrafas vazias
Remédios vazios
Cigarros vazios
Páginas escritas com coisas vazias demais pra mim
Mas meu quarto está cheio

E é tudo assim tão branco. Sempre foi assim?
Eu nem sei mais o que faço aqui dentro tanto tempo.
Anúncios. A iminência de qualquer coisa
Cordas que eu uso pra me amarrar a coisas que quero pertencer
Cadeiras onde ninguém mais senta
E eu já nem sei quantas paredes me cercam nesse quarto
Eram quatro hoje mais cedo, mas agora eu já contei mais
Acho que estou preso em mim.

E continua vazio, com uma lâmpada no centro clareando a imensidão ocupada por coisas desnecessárias
São várias paredes brancas e tantas portas fechadas e gavetas emperradas e fios e nós e manchas

E eu
Eu perdido em mim e na imensidão branca, que eu achava que era meu quarto

Mas é só vazio

terça-feira, 18 de março de 2014

Sigilo

A minha vontade vai além
Vai muito além dessas paredes
Que me cercam
Me limitam

Está tudo na minha pele
Está tudo na minha voz
Mas nada disso sou eu,
Nada disso fui eu
E isso me desce amargo
Talvez nem desça
Enquanto tudo queima
Só minha vontade arde

A minha vontade é muito mais
Não posso gravá-la
Nem escrevê-la
A minha vontade é muito mais do que eu

Eu faço o que eu já fiz antes
Eu passo onde eu já fui antes
Eu nasço porque morri antes
Eu morro porque é assim
Eu morro pelo que fui antes
E pelo que vou ser
Tudo que fui antes

Pra que minha vontade se repita
Soberana
A tirana que dita a minha vida
E é isso