sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Noites

Eu supus que ao amanhecer minha dor passaria
Que nada mais iria ficar além das sombras da noite anterior
E eu ainda espero acordado o que a manhã prometia
Pra que eu possa ser de novo feito totalmente de amor


quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Noturno

"Meu pensamento em febre
é uma lâmpada acesa
a incendiar a noite.

 
Meus desejos irrequietos,
à hora em que não há socorro,

 
dançam livres como libélulas
em redor do fogo."

Henriqueta Lisboa

Livros

Os olhos dos livros que leio me rodeiam
E receio que esses sejam os únicos olhos
Que realmente anseiam pelo que tenho
E tudo o que tenho no momento, são eles.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Inutilidade Pública

O que sou? Sirvo pra que?
Fechar os olhos e esquecer
Essa falta de sentido
E me deitar de madrugada
Tentar não pensar em nada
Só no que eu tenho vivido

O que eu sou? Pra que eu sirvo?
Vivo demais, nunca me privo
Constantes são meus exageros
E na noite tão quieta
Tentar manter minha dor discreta
Tem me ocupado por inteiro

Nem sei direito quem eu sou
Sempre me disse o que restou
Desses anos de fracasso
Nem sei posso ser alguém
Embora a dor do "ser ninguém"
Me parte, a noite, em mil pedaços

E eu sei da minha utilidade
Bem menos que a capacidade
De criar meus universos
Mas não há chances pro meu caso
Já não corro atrás do atraso
Escorro aqui, em meio aos versos