quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sem Cor

"Era uma vez um jovem..."
Ele escreveu, como já havia escrito milhões de vezes a mesma frase no papel. A Cera de mil velas caiam sobre suas palavras, nem se lembrava a quanto tempo estava alí, sentado naquela posição tentando escrever.

Ele não tentava meramente, sempre conseguia. Era sempre elogiado pelos seus versos, mas ele mesmo nunca gostava. Pois faltava o amor em cada palavra. Faltava aquela dose descontrolada de sentimento.

Mas ele escrevia. Escrevia por hobbie, gostava das rimas e das histórias de sua vida contadas em um aspecto poético. Nem sempre precisava de inspiração, só de algo pra falar. Costumava dizer, dê-me um tema que eu lhe devolvo um soneto, e sempre fora assim.

Até que em um belo dia cinza ele notou a falta de cor. Não havia cor nas suas palavras. Ele mesmo nunca gostara das cores, sempre fora um adepto do branco, preto e do cinza. Praticidade era seu segundo nome. Mas a falta de cores lhe tocou. Como um poesia pode ser cabível em preto e branco? Ficam aquelas rimas de sempre... amor sempre rimando com dor e magia com alegria. Mas faltava a cor, o sentimento, a inspiração...

Mas isso não era pra ele, ele só queria industrializar a sua arte pra banalizar o seu sofrimento.

Um comentário: