terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sou

Nem sempre o que se pensa é o que se é
Nem sempre o que se faz é o que se quer
Nem sempre a Thelema está correta
Nem sempre a verdade me liberta

Nem sempre o amor só dói
Nem sempre só a dor corrói
Nem sempre a beleza é o que seduz
Nem sempre o oposto é o que reduz

Nem sempre vivo somente de alegria
Nem sempre sinto que vá terminar um dia
Nem sempre vivo dias nublados
Nem digo que todos são ensolarados

Nem sempre convivo com a tristeza
Não me sinto bem com a pureza
Nem sempre quero só ternura
Nem sempre me convém a amargura

Nem sempre provo o meu lado
Nem sempre quero um caso bem contado
Nem sempre me vejo no espelho
Nem te darei algum conselho


Só o que digo enfim pra vós
É que nem sempre deves confiar em nós
Somos apenas uma mentira bem contada
Ou quem sabe até a verdade inalterada

Uma face atrás de quatro
Um rosto a menos no retrato
Um sorriso de relance
Uma palavra que te alcance

Sou a história de vocês
Mudo tudo em um só mês
Sou um conto inacabado
Um gesto do outro lado

Só o que deves saber
E jamais então esquecer
É que a verdade é só uma
E não há verdade alguma

Lembre então agora
Do verso que deixastes ir embora
Sou um conto inacabado
Mas meu palco está sempre bem montado

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