domingo, 18 de abril de 2010

Venenos

Todos os dias acordar
E até a morte respirar
Parece simples, mas não é

Todo dia as mesmas doses
E no trabalho as mesmas vozes
Os mesmos cheiros até...

Sempre o mesmo julgamento
Sempre as mesmas decisões
Não resta nada no momento.

Sempre os mesmos sentimentos
Sempre os mesmos corações
Sempre os mesmos tormentos

Todo dia ver o sol
E ter que sair do lençol
Nada como eu escolhi

E de noite vem a lua
Devo então voltar pra rua
Nada como eu escolhi


Chego em casa já é tarde
Chego sem fazer alarde
Pra você não se assustar

Chego em meio a mil delírios
E nas mãos trago-lhe lírios
Para a casa enfeitar

Num instante tudo para
E aquela imagem clara
Já não passa de borrões

Eu desperto, peito arfante
Tudo vem em um instante
Eram apenas ilusões

Já não há mais sonho meu
Flores, delírios, beijo seu
Já não há você aqui

E então vejo meus venenos
Que hoje parecem bem menos
Do que quando eu vivi.

Vejo todos os venenos
Quem dera fossem menos
Mas tudo há de passar.

E já não há mais vida fria
Já não há vida vazia
Tudo deve se curar.

Ou acabar

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