domingo, 4 de abril de 2010

Embrulho

E eu volto a me tratar de não sei o que
Me pego repetindo frases sem porquê
Sei do que aconteceu a meses atrás
Mas olha só o que a vida faz

No espelho me coço até ferir
As marcas que você deixou, cansei de abrir
Tudo ao meu redor a se diluir
Tudo ao meu redor a se destruir

Veja meu bem, não me importa
Cada dia cinza ou cada frase torta
O nosso presente embrulhado
A cada ato mal calculado
E cada erro passado
Ferimento cicatrizado
Nada parece passar
Nada quer se curar

Volto a repetir não sei o que
Volto a me tratar sem porquê
A meses atrás eu sabia
De tudo o que vida nos fazia

No espelho as marcas que você deixou
A ferida no meu rosto não fechou
Me desfaço em partes de um instante
E me guardo em peças da estante

Nem bem importa o que verá
Nem cada frase torta que dirá
Eu embrulhado de presente
E jogado a sua frente
Pra cada passado um presente
E cada marca a gente sente
O que passa de repente
E tudo o que a gente não entende

Parece que não acaba mais
Mas acaba que só traz
Mais motivos pra euforia
Mais versos pro dia a dia
Mais versos pra agonia
Mais motivos pra poesia

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