segunda-feira, 12 de abril de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia Pt.3

Poesia Rima com Nostalgia Parte Três - Março

E sempre no terceiro mês
As coisas tentam se encaixar
E as pernas tentam outra vez
Finalmente começar a andar


Eu já não vou me adaptar
E já não sei qual mundo é meu
Não tenho rumo a tomar
Nem mesmo sei quem sou eu


E no que eu não sinto mais
Fui buscar meu próprio bem
E de onda em onda, mar em mar
Só quero que seja além

Me pego equilibrado nos ponteiros
Acorrentado as horas a passar
Não podemos nos livrar do tempo
E eu não o quero como par

E cada culpa que eu carrego
Por pura e crua impaciência
É um modo de fugir
Do peso em minha consciência

E hoje sobre pontes me lembro da saudade
E de como esperava pelo sim
Aos poucos me atiro, aos poucos me mato
Pois sei que abismo nenhum é o fim

Melhor ainda, falo sem dizer
Até com as palavras me escondo
Se quiseres, podes me entender
Trilhe então o caminho mais longo

E o que era só um?
Um sagrado tempo em que éramos livres
E hoje? Pobres escravos
Presos ao tempo em que eram felizes

Olhares, goles, quero cem
Só assim pra lhe esquecer
A cada dose, taça ou brinde
Mais seu passarei a ser

De ser assim nem me recordo
Dos meus jovens companheiros
Só recordo dos desgastes
E de amores veraneios



E já não tenho em minhas mãos
Aquela vida do passado
Sei que por ser alternante
Jamais poderei ser lembrado

E rodo assim, de palco em palco
De velha em velha escuridão
E o meu mais novo medo
É uma interna solidão

Dos velhos cacos no vitral
Já não quero mais falar
Investigando mais a fundo
Sempre irá me encontrar...

E levarei em meu pescoço
As seis partes de um nó
Quem sabe diante desse esforço
Não deixo enfim de ser tão só?

Mas de você, dor, me cansei
Vou buscar o meu melhor
Minhas escolhas só eu tomo
Sei de ti tudo de cor



Me entrego logo a boemia
Largo-me em qualquer lugar
Rego minha ilusão
E ainda é cedo pra parar

Pra cada um que precisar
Solte o velho grito contido
E se quiserem colecionar
Troco um coração partido

E sempre no terceiro mês
As coisas voltam a se afastar
E as pernas tentam outra vez
Mas só querem mesmo descansar


Eu já não sei me adaptar
E já criei um mundo meu
Penso no rumo a tomar
Vou descobrir quem sou eu

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