quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Medo

Medo

De toda luz tremulante que atravessa sem dó nenhum a minha sombra
De todas as palavras sinceras que cortaram devagar o que eu silenciava
De toda cruz que era um peso agradável e que ainda assim me assombra
De toda mão que estendida tentou me levantar do poço ao qual eu me agarrava

E ainda resta o medo
De continuar sentindo
O que senti tão cedo
Ir devagar me partindo

De ficar sozinho
Só a sua ausência
Com tão pouco caminho
Matando sua inocência

E ainda resta o medo de ficar sozinho
Só a sua ausência continuar sentindo
E o que senti tão cedo, tão pouco caminho
Matando sua inocência, devagar me partindo

Me resta a sombra
E tudo o que assombra
Palavra silenciada
Tristeza reforçada

Te resta a luz
Não há mais cruz
Palavra sincera
O que eu não era

E eu em minha sombra te vejo passar em luz
E tudo o que me assombra eu carrego como cruz
As tuas palavras tão sinceras, silenciadas
E o que eu não era... uma tristeza forjada

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