terça-feira, 6 de julho de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia Pt. 6

Recluso em conclusões
Precipitado em ser
Querer e não me ter
Sem poderes ou razões

Junho, enfim, passou
Nada ficará pro fim
Nem pra mim, e assim
O "nós" se acabou


Nada se repete
Tudo vem me torturar
O Karma das palavras
Que você dizia amar

Versos genéricos sem sentido
Fórmulas, sóis, cartas na mesa
Servidos, feridos, divididos
Sem manual, ritual, certeza

Não me engana em teus modos
Tom impositor, de outros carnavais
Olhar de bom ator
Te conheço, meu rapaz, seus olhares iguais

Meus cigarros acesos
Mil acordes bem errados
Sons certos, minutos lentos
Tempos sempre passados

Sufoquei nos mesmos ares
Uso facas que me cortam
Minha alma se desprende
E as velhas barcas não voltam

Agora ondas irreais me levam
Me sinto no fim aprisionado
Criei cenários pro meu drama
E todo esse navio engarrafado

E os dias se tornam difíceis
Eu te guardei em meu canto
Ainda assim te vejo ao meu redor
E me perguntam porquê te amo tanto

Perco o controle da minha mente
E distorço o meu dia a dia
Compro balas e atiro a esmo
Desperdiço uma vida vazia

Não sei se arde ou se me ama
O caminho se trilhou
Não a sentido no que tenho sentido
E o caminho errado se tornou

Muito tempo, quase nada
Desperdicei tempo, mudo
Ela cega me levando
E eu surdo levo o mundo

E me engasguei de conversas
Cansei de boas intenções
De todo e qualquer regresso
E não aceito condições

Eu que te fiz em tantos versos
Sinta agora minha voz incontida
Poesia sentida, o homem que fui
Veja agora minha alma partida

Minto em belos dias
Sobre vida de humano
Não há o que entender
Só duas noites sem sono

Veja as cores agora
Em meu olhar, meu espaço
Sinta o ar faltar
Sinta o mundo escasso

E agora mude tudo
Troque de lugar as frases
Abra espaços em si
Misture as fases

Ou então deixe pra trás
Tente de novo esquecer
Apague a sensação
E tente enfim viver

Nessa nossa dança dos copos
Esvaziando sofrimentos
Embriague-se outra vez
De tão poucos sentimentos

Precipitei minhas conclusões
Estou recluso em "ser"
Não querer e nunca ter
Não podes ter mais razões

Junho enfim passou
Nada pra mim ou pro fim
Nada ficou, é assim:
O nosso "nós" acabou

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