Recluso em conclusões
Precipitado em ser
Querer e não me ter
Sem poderes ou razões
Junho, enfim, passou
Nada ficará pro fim
Nem pra mim, e assim
O "nós" se acabou
Nada se repete
Tudo vem me torturar
O Karma das palavras
Que você dizia amar
Versos genéricos sem sentido
Fórmulas, sóis, cartas na mesa
Servidos, feridos, divididos
Sem manual, ritual, certeza
Não me engana em teus modos
Tom impositor, de outros carnavais
Olhar de bom ator
Te conheço, meu rapaz, seus olhares iguais
Meus cigarros acesos
Mil acordes bem errados
Sons certos, minutos lentos
Tempos sempre passados
Sufoquei nos mesmos ares
Uso facas que me cortam
Minha alma se desprende
E as velhas barcas não voltam
Agora ondas irreais me levam
Me sinto no fim aprisionado
Criei cenários pro meu drama
E todo esse navio engarrafado
E os dias se tornam difíceis
Eu te guardei em meu canto
Ainda assim te vejo ao meu redor
E me perguntam porquê te amo tanto
Perco o controle da minha mente
E distorço o meu dia a dia
Compro balas e atiro a esmo
Desperdiço uma vida vazia
Não sei se arde ou se me ama
O caminho se trilhou
Não a sentido no que tenho sentido
E o caminho errado se tornou
Muito tempo, quase nada
Desperdicei tempo, mudo
Ela cega me levando
E eu surdo levo o mundo
E me engasguei de conversas
Cansei de boas intenções
De todo e qualquer regresso
E não aceito condições
Eu que te fiz em tantos versos
Sinta agora minha voz incontida
Poesia sentida, o homem que fui
Veja agora minha alma partida
Minto em belos dias
Sobre vida de humano
Não há o que entender
Só duas noites sem sono
Veja as cores agora
Em meu olhar, meu espaço
Sinta o ar faltar
Sinta o mundo escasso
E agora mude tudo
Troque de lugar as frases
Abra espaços em si
Misture as fases
Ou então deixe pra trás
Tente de novo esquecer
Apague a sensação
E tente enfim viver
Nessa nossa dança dos copos
Esvaziando sofrimentos
Embriague-se outra vez
De tão poucos sentimentos
Precipitei minhas conclusões
Estou recluso em "ser"
Não querer e nunca ter
Não podes ter mais razões
Junho enfim passou
Nada pra mim ou pro fim
Nada ficou, é assim:
O nosso "nós" acabou
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