terça-feira, 20 de julho de 2010

Esquifes

Eu sempre vi o mundo como uma cela
Uma triste e cinza paisagem na janela
E eu aqui preso sem mim, sem ela
Sem minha alma bela.

De certo
A imagem na janela se congela
E a cela fria e cinza e a triste terra
Espera
Por mim, por ela, por qualquer guerra
E aquela certeza dela: a gente erra

E ela, tão bela, daquela janela
Via ele preso frio em cela
E ele em seu esquife, via ela
Imaculada em sua moldura, janela.

Eu de longe, atrás do vidro da moldura
Não sabia ser real, s(o)urreal pintura
Não sabia mais falar do quanto dura
A vida dura de quem espera sarar
(Ou queimar)
A queimadura.

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