sexta-feira, 23 de junho de 2017

Por Força do Hábito

A leveza posicionada como objetivo e cura
Temo engolir os monstros se ficar de boca aberta
Mas já não dá pra manter a respiração certa
E reteso cada músculo por não encontrar postura


Não é pra ser compreendido que escrevo dessa vez
Não dá para ser mais claro sobre o que tenho vivido
Nem mesmo eu posso entender o que me tem acontecido
Tenho tentado aceitar que tudo isso é insensatez


Eu sigo encarando as teclas, não encontro inspiração
Tudo isso é só um modo de esvaziar minha mente
Repetindo esta mentira eu me torno complacente
E agora meu sono depende de minha própria criação


Já não busco mais leitores, só quero encontrar alívio
Não é justo dividir meu sofrimento nestas rimas
Se fracassando eu não aprendo, então a solidão ensina
A melancolia estraga qualquer tipo de convívio


Eu sou tão arrogante, só sei falar de mim
É encenação se me comporto como amigo interessado
A verdade é que eu nem mereço ser lembrado
E sou o único culpado por minha vida ser assim


Deixo aqui mais uma nota, pois o fim se aproxima
Devo atravessar a bruma e encontrar a minha paz
O resto é só silêncio e já nem importa mais
Meu hábito escreve, mas o desespero assina

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