quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O Cego, Surdo e Vivo

Reler o que se escreve sobre a vida é uma tarefa difícil.

Era um dia comum. Era cinza, como todos os dias naquela bela cidade. Chovia... Algo próximo de uma garoa bem fina, como sempre. Todos passavam sem reparar em quem ficava para trás. Na verdade todos passavam sem reparar em nada. Uma constante meditação que consistia na simples tarefa de olhar para a ponta do próprio nariz e assim esquecer todo o mundo a sua volta, mas é claro, sem a parte de olhar para a ponta do nariz.

Dentro do meu mundo solitário eu observava o caos da rua em frente. Essa triste pintura que surgia na minha janela. Não sei se as janelas estavam sujas, mas o céu estava cinza, assim como tudo lá fora. O vapor do meu café embaçava meus óculo, talvez isso tenha mudado um pouco as cores do mundo lá fora, mas o importante não é nada disso. Enclausurado nessas grades que são meus pensamentos relia tudo o que já havia sido escrito pra ela.

"Por que será que é sempre igual?
O homem espera o fim pra tentar entender o princípio... Espera tudo dar errado para começar a considerar que errou... Espera não ter chances para começar a tentar.
E ainda assim quando tudo dá errado, nossa primeira atitude é contar pra todos a nossa volta todos os detalhes sobre tudo o que aconteceu. Será que existe alguma necessidade de explicar aos outros sobre sua vida? Não, o homem conta passo a passo todos os seus erros para enfim tentar entender onde errou. Ninguém fala sobre seus problemas para os outros, o outro nessa situação é apenas um espelho, um retorno... um modo de escutar o que você nunca quis ouvir, de enxergar o que nunca quis ver...
De sentir o que você nem ao menos se preocupou em entender"


As pessoas me perguntam por que escrevo tantos desabafos.
Isso é apenas um modo de organizar as minhas idéias pra ver se me convenço sobre o que eu já cansei de convencer os outros.

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