sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Proteja-me do que eu quero

A gente acorda repetindo os mesmos versos
Coisas que escrevi há tanto tempo atrás
E de repente um dia a gente nem acorda mais
E os velhos versos se perdem na poeira
A gente acorda junto e junto passa o dia
E eu lhe mostro o que eu quero pra nós dois
Então um dia chega e não há mais um par
E o que eu queria fica pra um "talvez depois"
Os meses passam e as lembranças continuam
O mesmo rosto, o mesmo toque, a mesma pele
E o medo aumenta a cada olhar ao rastro rubro
A velha marca de um amor que era tudo
E o novo trauma que me toma a madrugada
Mais uma súplica que morre no relento
Sufoco a fala e me proíbo de você
Os bares gritam mais uma vez a liberdade
Prontamente a resposta está aqui
Eu me entrego outra vez aos braços falsos
E aos copos sujos de outra farsa que criei
Já não há alma nisso aqui que me tornei
E ainda rogo a proteção da insanidade
Que ao menos nessa sexta-feira eu me suporte
E passe o dia com certa dignidade

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