terça-feira, 14 de junho de 2016

Impurezas

Abertos os olhos, resta o peito que se fecha à realidade
Perdido em uma quase lucidez que se degrada todo dia
Concentrando as suas forças em se levantar da cama
Percebe enfim que o mundo já não mais lhe bastaria
Tropeça em cada um destes degraus com tua leveza
Mostra o rosto amarrotado de quem optou pela derrota
Joga fora o que ainda resta de valioso no passado
Pra sentar-se esperando que alguém lhe abra a porta
Sofrimento há muito tempo não significa nada
Afinal de contas quem será que ainda tem certezas?
Assistir outro cigarro se queimando e desejar
Queimar-se juntamente à fumaça e às impurezas
Abertos os olhos, resta o peito que se fecha à realidade
Acordar de mais um sonho com os rostos de outro dia
Concentrando suas memórias, fantasiando que não amas
Percebendo enfim que ninguém mais no mundo bastaria


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