domingo, 25 de janeiro de 2015

Castelos de Areia

Os sonhos que construo desmoronam devagar
A gente é feito de ilusões. A vida é feita de desencontros. A morte é feita de verdades
Talvez outras certezas me acolham em outro momento, em outro lugar, em outra noite
Mas devo seguir em frente, pois sou aquele que escreve da maneira que agrada os olhos e incomoda os sentidos. Devo seguir em frente pelo simples talento de me balançar na corda bamba. Devo seguir em frente porque os braços que me apoiam são reais e as mãos que me empurram dão o impulso que preciso, o impulso que pedi.

Mas os sonhos que construo desmoronam, sim, eles foram feitos com pouca areia
O que eu gastei durante esses anos? Talvez suor demais, talvez um pouco de sangue tenha se perdido.
Arrematei alguns sorrisos, sim. Conquistei alguns suspiros, certamente. Cativei alguém, talvez.
É parte do ofício do poeta ser coração demais e cérebro de menos. Eu devo manter a beleza em dia, mesmo que em forma de soneto.
As veias que carregam minha essência estão espalhadas por aí, não mais por aqui

Eu me pego aqui, sempre resolvendo problemas pessoais.
Meus sonhos são como castelos de areia nesse momento, duram o exato período da virada da maré.
Ciclos virão e irão, mas eu permaneço de pé, olhando minha odisseia desfeita nas ondas, porque eu tenho que continuar, tenho que ser o forte, tenho que ser o sábio, tenho que ser o centro, tenho que ser o que queria demais e fez, o que fez demais e cansou, o que se cansou e nunca recebeu o espólio, só o preço no final.

Mas tudo bem, meus sonhos se reconstroem outra hora
E as ondas só trazem mais material pra edificar o meu castelo
Esse castelo que só me prendeu aqui.

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