sábado, 25 de novembro de 2017

Depósito

Tenho escrito tanta coisa à meia luz destas manhãs
Como se às oito horas a vida fosse um desafio
Despejando a insensatez que normalmente silencio
Tudo mais vou postergando, pra servir ao amanhã

Como se o futuro fosse algo além de abstração
Devo assim me contentar com o papel que me foi dado
E aceitar que o certo para mim é ser errado
Não adianta nada procurar por salvação

As vezes vem a tempestade ou algo muito mais terrível
Madrugadas que se estendem por semanas em minha mente
Crendo haver compensação, aguardamos o depósito
Falta idade pro desgosto, nada aqui é tão incrível
É a cidade que transborda o torpor de toda gente
E as sinceras confissões de uma vida sem propósito

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