As madrugadas são cruéis e passam sempre devagar
O sofrimento desses dias não se parece com mais nada
O que ronda a minha mente é minha voz desesperada
Me pedindo com urgência alguma força pra mudar
Nada rima com tristeza, só o som que se parece
Nada mais pode explicar como eu me sinto nessa hora
Confundo a minha fuga com a vontade de ir embora
Porque a poesia é só um mal do qual meu peito padece
Sentado ao parapeito calculando os meus estragos
Pode ser que chegue a hora em que a vida se acerte
Mas até esse momento só me restam uns trocados
Nada que possa mover esse corpo que é inerte
Eu não tenho solução, não tenho mais pra onde ir
Eu não tenho outra opção além de ver tudo ruir
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