quarta-feira, 29 de julho de 2015

Autorretrato

Da base ao topo de meu ser notam-se as marcas dos tempos que acabaram
Do pouco cabelo cada vez mais bagunçado surge a vida, invadindo o espaço que tende a diminuir
Nos olhos vazam desesperos cotidianos
Cala-se a boca diante da plateia dando de ombros.
O pescoço preso à dor de sustentar planos desfeitos
Ombros que lembram que passei dos meus limites
Os braços pendem exauridos de existir
O peito arqueja procurando por alívio
As mãos são apenas ferramentas do trabalho
Minhas costas pedem por um fim
Pernas que seguem qualquer fantasma convidativo
Joelhos rachados que não suportam a má carga
Pés que estão longe demais do chão

Um coração que procura colegas de trabalho
Sangue correndo por caminhos obscuros
Minha mente se rende ao desafio de outro dia
Liberto minha alma em troca de conforto pleno

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