segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Solta o peso de teus ombros, meu amigo

 Ao Amigo Matheus Oliveira


Solta o peso de teus ombros, meu amigo, 

Dói, eu sei que dói, sei que ainda vai doer,

E que por incontáveis noites tu se perderás

Um pouco.


Sei que teu silêncio só diz sobre saudade,

Que quando te emudeces é porque calas o choro,

E os francos companheiros que te cercam

Compadecem-se da mágoa que guardas 

Aí dentro.


E vai doer em todos nós quando doer demais em ti,

Serás bem mais difícil se te fechas novamente,

O muro que edificas não te protege de nada,

Só te fechas em si mesmo, em tua própria insegurança,

A espiar os inimigos de tua imaginação.


Resguarda-te em teu ritmo e teu passo em tua estrada,

Que a vida nunca vai te permitir tomar atalhos,

E sente a dor, como tens proposto-te sentir tudo,

Sente a dor, porque tu mereces senti-la, 

E ela é só sua, de mais ninguém.


E que do dia mais difícil se faça o verso mais belo,

Que a noite mais solitária se aqueça com teu canto,

A dor é tua amiga, se planejas crescer, 

E se te ressentires dela, te verás preso
Em luto eterno.

Não há porque fugir daquilo que é sincero,

E se te sentes triste

É porque tens que sentir.


Mas não negue ao amanhã a chance da mudança,

Nem perca a esperança, se te sentes a vontade,

Só não faz da tua tristeza uma outra história trágica,

Porque isso não combina com o que almejas ser.


Sei que é do teu feitio a tristeza desmedida,

Mas se tu sente-se grato, apega-se a isso,

Apega-se a luz que se iluminou,

Mesmo que distante,

E nunca à escuridão que já ficou pra trás.


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