Ao Amigo Matheus Oliveira
Solta o peso de teus ombros, meu amigo,
Dói, eu sei que dói, sei que ainda vai doer,
E que por incontáveis noites tu se perderás
Um pouco.
Sei que teu silêncio só diz sobre saudade,
Que quando te emudeces é porque calas o choro,
E os francos companheiros que te cercam
Compadecem-se da mágoa que guardas
Aí dentro.
E vai doer em todos nós quando doer demais em ti,
Serás bem mais difícil se te fechas novamente,
O muro que edificas não te protege de nada,
Só te fechas em si mesmo, em tua própria insegurança,
A espiar os inimigos de tua imaginação.
Resguarda-te em teu ritmo e teu passo em tua estrada,
Que a vida nunca vai te permitir tomar atalhos,
E sente a dor, como tens proposto-te sentir tudo,
Sente a dor, porque tu mereces senti-la,
E ela é só sua, de mais ninguém.
E que do dia mais difícil se faça o verso mais belo,
Que a noite mais solitária se aqueça com teu canto,
A dor é tua amiga, se planejas crescer,
E se te ressentires dela, te verás preso
Em luto eterno.
Não há porque fugir daquilo que é sincero,
E se te sentes triste
É porque tens que sentir.
Mas não negue ao amanhã a chance da mudança,
Nem perca a esperança, se te sentes a vontade,
Só não faz da tua tristeza uma outra história trágica,
Porque isso não combina com o que almejas ser.
Sei que é do teu feitio a tristeza desmedida,
Mas se tu sente-se grato, apega-se a isso,
Apega-se a luz que se iluminou,
Mesmo que distante,
E nunca à escuridão que já ficou pra trás.
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