Estranhos que se cruzam na rua,
Como nós.
A face muda que evita o olhar
Já nem pensa o que dizer,
Imaginando se o outro sente o mesmo.
Estranhos que se cruzam na rua,
Como nós temos sido.
Talvez não tão estranhos
Pela marca da memória, ainda vívida,
Mas distanciados.
Nós que éramos tão próximos,
E talvez por isso distanciados,
Mas só digo de mim
Quando digo que não suportaríamos,
E me dói pensar que tenha que supor
O que tu sentes.
Depois de tantos anos o que é que sei?
O que é que sabes de mim se não história
Aquela que passou e as que te contaram.
Estranhos que se cruzam na rua,
Dispostos frente a frente pelo acaso,
Vamos outra vez virar os olhos e fingir
Que somos ainda mais estranhos.
Vamos passar mais uma vez despercebidos
Até o ponto de nem sermos reconhecidos
No conforto de nunca ter que dizer nada
Pois realmente não há nada pra dizer.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário