segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

I

No reflexo do sol que em teu olhar incide
Eu li estas certezas que vou cantando rua a fora
Não sei se agora manda qualquer novo pensamento,
Mas contigo tenho alento que de certo revigora

Sei que, na verdade, tudo isso diz coisa nenhuma
E que a carta que lhe escrevo não é a mão que a ti se estende...
E mesmo sendo diferente, certas coisas não se mudam
Como a dor que causa a mágoa que só quem vive compreende

Mas escrevo-lhe com doçura que acalma meus anseios
Por não dispôr de outros meios, olho-te com os olhos mansos
E assisto constrangido meu coração e seus avanços
Que somente me comanda pra onde aponta sua mão

E tropeço em nervosismo, rindo por ansiedade
Que não é nada além de querer coisas demais
Não me rendo aos meus anseios, não procuro mais por nada
Guardo todo meu desejo pra querer demais você

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