quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Ensaio Sobre a Bruma

O mundo inteiro e o absurdo
E o devaneio e a solidão
Me precipito somando tudo
No precipício da imensidão

Amenizando a bruma desta vida que se estende
Cessar os intervalos em tudo aquilo que se sente
Fraquejo na alvorada mas a vida segue em frente
Só pra derramar poesia em outro dia que virá
Será?

Se eu dormir demais não me acorde deixa o sonho prosseguir
Aceito tudo aquilo me envolve, mesmo que eu não possa permitir
Todo dia a gente tira a sorte só pra ver o azar se repetir
Chega de se dividir em acordes, chega de rimar sobre existir

O mundo inteiro e o absurdo
E o precipício e a imensidão

São todos tons mais claros, mas o mundo segue escuro
São todos sons mais vastos, mas o mundo segue surdo
São todos funcionários, mas o pagamento é curto
E 10 bilhões de sonhos que se apagam de manhã

Se eu dormir demais não me acorde deixa o sonho prosseguir
Aceito tudo aquilo me envolve, mesmo que eu não possa permitir
Todo dia a gente tira a sorte só pra ver o azar se repetir
Chega de se dividir em acordes, chega de rimar sobre existir

Tudo aquilo que eu calo, nasce e cresce em algum lugar
Pra me assombrar de noite quando eu já me esqueci
E se eu não me esqueci o pesadelo intensifica
E o que significa quando eu morro no sonhar?

Toda sombra toma forma, toda forma tem sua cor
E a ressaca das palavras que a gente evitou
De manhã eu guardo o sonho na estante em frente a cama
Mas o desconforto segue aonde quer eu for

Há espaço pra poesia quando a distopia vem?
Todo mundo já cansou de ouvir dos dias do passado
Serve outra dose longa e acende outro cigarro
O esforço inadequado em ser aquilo que convém

Se eu dormir demais não me acorde deixa o sonho prosseguir
Aceito tudo aquilo me envolve, mesmo que eu não possa permitir
Todo dia a gente tira a sorte só pra ver o azar se repetir
Chega de se dividir em acordes, chega de rimar sobre existir

Todo mundo sonha um dia
Todo mundo sonha um dia

Programa o teu relógio e esquece o que queria
Pois o dia a dia engole quem não quer contribuir
E se é isso que nos resta não dá mais para fugir
Morfeu virou as costas para tua fantasia

Mas não basta eternidade pra justificar a ausência
Se a vida é sobre ter alma então algo deu errado
Eu até quis fazer parte, mas me exigiam tanto
Eu até quis fazer parte, mas perdi a paciência

Todo mundo vai sonhar um dia e acordar com aquela sensação
De que tudo aqui é uma mentira e que não existe solução
Todo mundo vai sonhar um dia e morrer por dentro um pouco mais
Tudo é só uma imensidão vazia, então que diferença faz?

O mundo inteiro e o absurdo
E o devaneio e a solidão
Me precipito somando tudo
No precipício da imensidão

Amenizando a bruma se é que você me entende
Cessar os intervalos em tudo aquilo que se sente
Fraquejo na alvorada mas a vida segue em frente
Só pra derramar meu sangue em outro dia que virá

Todo mundo vai sonhar um dia e acordar com aquela sensação
De que tudo aqui é uma mentira e que não existe solução
Todo mundo vai sonhar um dia e morrer por dentro um pouco mais
Tudo é só uma imensidão vazia, então que diferença faz?

Se eu dormir demais não me acorde deixa o sonho prosseguir
Aceito tudo aquilo me envolve, mesmo que eu não possa permitir
Todo dia o sol bate mais forte, expurga o que não dá pra redimir
E o resto a gente transforma em acordes e segue como dá para seguir

Nenhum comentário:

Postar um comentário