quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Inutilidade Pública

O que sou? Sirvo pra que?
Fechar os olhos e esquecer
Essa falta de sentido
E me deitar de madrugada
Tentar não pensar em nada
Só no que eu tenho vivido

O que eu sou? Pra que eu sirvo?
Vivo demais, nunca me privo
Constantes são meus exageros
E na noite tão quieta
Tentar manter minha dor discreta
Tem me ocupado por inteiro

Nem sei direito quem eu sou
Sempre me disse o que restou
Desses anos de fracasso
Nem sei posso ser alguém
Embora a dor do "ser ninguém"
Me parte, a noite, em mil pedaços

E eu sei da minha utilidade
Bem menos que a capacidade
De criar meus universos
Mas não há chances pro meu caso
Já não corro atrás do atraso
Escorro aqui, em meio aos versos


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