sábado, 5 de março de 2011

Um Conto do Deserto

Não tenho muito tempo
E que as palavras sobrem
Frases intermináveis sobre mil segredos
Que eu nunca lhe escondi
Incontáveis narrativas sobre meus medos
Dos momentos longe de ti

Talvez em arrependimento
Tantas lembranças voltem
Do falso moralismo que lhe impus
Dessa minha falta de respeito
Ajustar tua realidade a minha cruz
Desejando moldar algo imperfeito

Não nos sobre muita escolha
Vendo como o mundo roda
Se ao menos eu soubesse de mim...
Do real dano que lhe infrinjo
Todo esse teatro teria um fim
Dizendo o que sinto e o que finjo

Talvez outra tristeza te acolha
Pois a minha não mais lhe acomoda
E algum deserto vai me servir de exílio
Onde não posso machucar ninguém
A cicatriz que deixo em ti será teu utensílio
Na busca por um outro alguém

2 comentários:

  1. E se eu quiser deixar essa ferida em aberto porque as lembranças de ti são o que sustentam meu (fosco) sorriso?

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  2. Se é que isso é possível (o que eu duvido muito) você podia começar falando quem é... o resto a gente conversa

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