quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Vitrines

Portas e janelas pro vazio de minha alma
São essas madrugadas que passam tão rapidamente
É a falta de rotina que me fez inconsequente
Que agora vai levando o que restava de minha calma

São lençóis que não se lavam e carregam meu suor
Conquistado ou derramado sem calcular as penas
Eu que carrego o peso de ser quem tu condenas
Se eu não estivesse aqui tudo seria bem pior

Mas já estou muito cansado dessa velha redondeza
Retiro do jardim o sinal de minha existência
E resguardo para o fim o que sobrou da paciência
Para o derradeiro ato venho somando minha frieza

E logo não sobrou mais nada, só o que guardei aqui
Uma pilha de derrotas pra rimar com solidão
Sobra desespero e falta alguma solução
A vitrine escurecida das tristezas que vivi

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