segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Indiferença

Eu silencio o escândalo potencial de minha ruína
Na demão de tinta que me cobre a imperfeição
Remendando novamente o que sobrou do coração
Por adequação é que a gente aceita viver na rotina

Sei que nada disso basta, sei do mundo e sua vileza 
E que nada tem valor porque tudo é subjetivo
Talvez por saber disso é que eu reduza minha certeza
À vida tempestuosa pra alcançar um objetivo

Mas no fim não vale a pena, não vale coisa qualquer
E nada cura a sensação de ser um teatro por fora
E nada mata minha vontade: apagar tudo e ir embora
Sublimando as sensações até meu corpo desfazer

E por postura ou hombridade a gente segue andando em frente
E nem entende muito bem se é por vontade ou por pressão
Vai aos poucos misturando o que é verdade e o que é ilusão
Matando os sonhos lentamente até morrer indiferente.

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