Quantos desertos ainda devo conhecer
Antes que o frio da noite me cale
E o sol me sussurre em resposta:
Agora que te calas, lhe ouço.
Quantas ladeiras ainda devo subir
Pra encontrar horizonte azul e azul e azul
Que renova e perpetua
A despeito de teus olhos tristes na janela.
Quantos caminhos ainda devo trilhar
Até encontrar qualquer caminho
Que me sirva, sem servir aos propósitos
Do tédio e angústia, tiranos das rédeas.
Quantas vezes eu, e eu somente,
Um ser e um sonho, a que se ergue os braços
Quantas vezes devo repousar quem sou aos traços
E ser um outro eu, sempre um outro eu.
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