quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

À única musa possível

Ouça,

O vento assobia esta noite uma canção menor,

Em melodia triste e sóbria, que nada diz sobre a perda,

Sobretudo a perda como um objeto ao qual atribuímos pertencimento,

Uma canção menor que diz apenas de saudades

E das coisas mais bonitas que um passado doce

- Sacramente - guarda.


Ouça,

Pois digo-te com a profundidade de todas as marés,

Com a natureza exposta de todas as serras,

Com a ciência das canções que outrora entoamos juntas,

Que corta-me tua dor,

Não por enxergar em ti qualquer coisa além de força,

Uma geológica força, que em tudo faz jus às ventanias que os amigos lhe atribuem,

Mas por sentir por ti apenas irmandade, uma irmandade que só nós sentimos,

E sentir como em meu próprio peito

Tudo aquilo que te afliges.


Ouça, 

Que em tudo ecoo tantas palavras tuas,

Não poderia por ti nutrir senão respeito,

Enquanto tantos buscam compreender a obra

Tu fostes tão fundo que encontrou o lado de dentro,

Mudando permanentemente a ordem de todas as coisas

E se hoje as tardes se escurecem com tua ausência,

Por tanto tempo fostes sol em minha vida.


Ouça,

Pois de fato o coração continuou,

A despeito de mim, como tu previstes,

Mas nunca a despeito de ti,

Nem um de nós sequer cogitou um destino no qual não nos entrelaçaríamos

Nem nunca houve por aqui outra vontade,

Pois tu és parte disto,

Como cada um de nós.


Segui teus passos de perto,

Em franca curiosidade biológica,

Observando experimentalmente tu emergires em asas de tuas cores,

Inimitavelmente tuas,

Inalteravelmente tuas,

E hoje vejo-te, além dos traços mais naturais, 

E da lucidez branda das palavras de carinho,

Apenas aquilo que os mestres antigos saberiam descrever,

Em silêncio e admiração.


E resta orgulho, por ti sempre sobrarás orgulho,

Pois fostes tu quem tantas vezes me mostrastes

Que orgulho é fruto da arte mais genuína,

É resultado do exercício honesto e da lapidação constante dos diamantes mais brutos,

E assim tu és, não apenas em arte, mas em vida,

Um trabalho inacabável de esmero exemplar,

Que a própria terra em reverência à tua presença

Recita as obras desta vã literatura,

Assobiando as melodias que tu amas

E fatalmente cantam apenas sobre ti.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Who am I from the back?

Once again you saw me leavin’ And again you start believin’ That someday I might be back But I left you now forever And I guess it’s now or never So I’ve really got to ask Who am I from the back?

Is the lack of hair that matters

Or the fact I’m wearing black

Please, you got to tell me

Who am I from the back?

As we’re leaving Philadelphia

For that old Chicago shack

Who am I from the back?


I know I’m not the same

As I walk out through that door

But I don’t know what became

Of the man I was before

It feels like I lost track

Or inside I have a crack

'Cause I may never know

Who am I from the back


You may not understand me

Or the places I’ve been at

But only you can tell me

Who am I from the back

I know it means so little

As you hope for love instead

But the only thing I offer

Is that glance into my back


One day I bought a mirror
What I saw made me mad

I looked into my face

And that face smiled back

I don’t know what became

Of that smile I used to wear

But actually doesn’t matter

Cause it’s never coming back

So you may even ask me

What’s the point of feeling sad?


I don’t know what I run from

I don’t know when to stop

But when I saw you crying

Well, it really hurts a lot

I know I’m not the same

So I’ve really got to ask

Who am I from the back?