Descansa em paz, meu coração...
Vê se não vai perder-se em outro recomeço,
Culpar os outros pelo teu próprio tropeço
E acabar-se nesta angustia sem razão.
Tu fostes forte e se propôs ao infinito,
Mas não há amor além da tênue divisória
Onde o afeto torna-se mais um atrito,
Resta carinho e a inércia da memória.
Desprende-se da mágoa, névoa torpe,
Esquiva-se da trégua e, enfim, suporte,
Este caminho há de ser pago com suor.
Esconde-se do vício, vasto abismo,
Entrega-se ao início sem cinismo,
Que o tempo há de provar se foi melhor.