"Até agora eu não me conhecia,
julgava que era Eu e eu não era
Aquela que em meus versos descrevera
Tão clara como a fonte e como o dia.
Mas que eu não era Eu não o sabia
mesmo que o soubesse, o não dissera...
Olhos fitos em rútila quimera
Andava atrás de mim... e não me via!
Andava a procurar-me - pobre louca!-
E achei o meu olhar no teu olhar,
E a minha boca sobre a tua boca!
E esta ânsia de viver, que nada acalma,
E a chama da tua alma a esbrasear
As apagadas cinzas da minha alma!"
Florbela Espanca
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Diferente
A estrada me espera, bem longe daqui
Chama meu nome nas noites mais frias
E me acena de longe durante os dias
A estrada me espera, devo fugir
Longe de toda essa gente padrão
Trabalho, família, escola e eleição
Cerveja, cigarro, samba e oração
Não! De nada disso é feito meu coração
Eu nasci diferente e é assim que vivo
Não quero nada que esteja ao alcance
Corro do dia-a-dia tão corrosivo
Não quero que a vida normal me canse
Eu nasci pra viver o que sonhei sozinho
E sozinho eu sigo cada passo desse caminho
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