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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Memorial In Aqua Scribere II

Daqui tanto se fez e tão pouco foi feito
Guardei apreço e mágoa sem pensar em economia
Aqui eu nunca precisei esperar por algum dia
Em que as coisas finalmente funcionassem do meu jeito

Foi aqui que me criei e aqui que envelheci
Foi aqui que formulei as frases certas mais erradas
Dos dias mais bonitos e as angústias já passadas
Foi aqui que eu finalmente me reconheci

Gravei tudo o que podia, guardei o que passou
Me encontrei em alguns momentos em que o essencial
Foi transformar meus pensamentos em algo material
Só assim que tanta dor e sofrimento acabou

Agora eu nem ao certo sei qual é a serventia
Desse amigo e confidente que me acompanhou por anos
Talvez pra relembrar das consequências e dos danos
E esperar que algum dia eu me reencontre na poesia

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Ternura

Eu não queria ser somente um momento, não

Mas não imaginei ter seu coração
Não queria te ver passando
Como vento
E agora nem posso olhar de perto
Eu não quero ser lembrado só por fotos
E nem mesmo ser alvo de arrependimento
Nunca quis ser alguém digno de votos
Mas lacro aqui mais uma vez o sentimento


Presas no mural as velhas fotos, amarelas
Contornadas por todas as palavras belas
Que eu consegui lembrar pra descrever
Cada momento que tive a sorte de viver

Coincidentemente, amor, todos com você


Velhas coleções de manchas, lágrimas e cera
Lembranças de cada sexta feira e hoje eu sei
Que pra mim fostes a primeira

A primeira que eu perdi por sorte
Pra talvez poder voltar mais forte, já derrotado
Tenho abraçado a velha sorte
Pra ter você de corpo e alma
Cuidar de ti em minha palma
Sonhar contigo é amanhacer
Não ter seus braços pra me proteger do fim
De mim
Mesmo sem o seu sim, seu consentimento
Levo embora cada sentimento meu
e rezo pelo seu, sei que seu amor não se perdeu.


Veja amor, o dia escureceu.
Vejo agora a mesma lua e o mesmo céu

daquela quarta-feira, dia seis. Lembro do que te escrevi
Lembro dos dias que vivi e de quando revivi
Cada momento com você.



Me desculpa, enfraqueci novamente
Quando disse que ia embora de repente, nem mesmo eu acreditei
Não sei se lhe enganei, mas aqui estou, voltei
Nem sei se é pra ficar...

Mas prometo não trancar seu corpo,
Prometo liberdade dos meus braços
Braços, que já não lembram dos abraços
Que um dia souberam dar.



Meu erro foi querer você com força extrema
Mas querer sempre a pequena forma de te amar
Achar que não precisava mudar, que bastava o afeto
E agora não adianta ser discreto, pra te reconquistar
Quem sabe mil poesias? Ou duas...
E agora, todas já são suas e eu nem sei mais o que contar...


Venha me buscar, me achar, encontrar, salvar.
Esquece do que eu fui, vem viver o que eu sou
Por você hoje que eu sou o homem que eu queria ser.
Sem você não há razão de levar tudo isso ao fim
Eu me rendo, sim.
Enfim, deixe que eu te ame e me ame ao mesmo tempo
Quem sabe assim, com um passo lento vamos até o firmamento
Que é onde você está, linda e sem chorar
Radiante, a me esperar.
Pra que eu possa em paz te amar
E ser só seu,
Tão ternamente

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O Alvo

Falsa Sinceridade 21/09/2011

Eu tenho mentido sobre tanta história que até mesmo meu passado vem se confundindo.

Eu não estou bem, não há porque fingir
Nada disso é certo, nem essa máscara de incerteza
Não há frieza e nem há nada pra sentir
Não há porque ficar perto só por não poder fugir

Nada disso lhe convém e já não faz sentido
Não há razão em ser só por não saber não ser
Se o que somos é acaso, por acaso tem existido
E não há como manter o que não se pode viver

A gente sente, eu sei que sente
Mas a gente também mente, por querer sentir
Tudo aconteceu tão repentinamente
E agora a gente não sabe mais como deve agir
A gente só finge que entende
Porque hora ou outra isso tudo vai sumir

O Alvo


E o que eu pude fazer, além de te ver indo?
Enquanto eu estava aqui, colhendo os cacos de outrora
E o que restou de mim agora? Seguir sorrindo?
Aceitar que a sinceridade realmente foi embora?

No mais os dias voam, mas as horas se demoram
E os amigos vão embora quando as garrafas secam
Seus olhos que me negam mas no fundo me devoram
Enquanto outros choram e aos abismos se entregam

A gente foi muito além do que devia, talvez
Mas outra vez fomos além do que devíamos deixar
Enquanto os anos se passavam, tudo se desfez?
O que você dizia crer, era o que eu nunca fui capaz
E com sinceridade, tudo acabou de vez
Mas a minha falsidade vai pra sempre te esperar


sábado, 16 de novembro de 2013

Memorial In Aqua Scribere

Passados esquecidos, lembranças maltratadas, sentimentos perdidos e paginas viradas
Tempos que não voltam e de poucas alegrias, que abram-se as janelas pra chance desse dia
Eu leio meus lamentos desses anos que passaram e claro que entendo que os últimos melhoraram
Aqui tudo é tão eu e eu escrevo pra assim ser, se o senhor me leu logo é parte desse ser

Nada eu terminei e tudo eu deixo aqui, se em textos me encontrei, sem eles me perdi
Nada eu terminei e talvez nunca termine, não sei se esquecerei, mas tenho o que me ensine
Essa é a minha parte viva que faz parte desse mundo, o resto a vida priva no que há de mais profundo
E eu me misturei em cada um de meus recortes, me recortei e segui atrás de rumos e nortes

E agora tudo isso fica aqui tão esquecido, pois esse autor omisso finalmente tem vivido
Mas nada perde a essência, nem o seu valor. Mudou-se a consciência, mas nunca o amor
As minhas verdades são parte dessas frases... Até sinto saudades de algumas dessas fases
Mas o tempo mudou muito e o autor também, do passado fica o vulto pro futuro ir além

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia Pt. 8

Mês de tanto valor pra mim
Tão simbólico e marcante
E eu preso em passados, sem fim
E por fim sigo adiante


Agosto foi importante
Mudanças de vida, de gente
E já não sigo vacilante
Sei o que me espera a frente


Sei que já não dependes de mim
Enquanto todos dependem de ti
De sua independente paixão
E de ter perto, te ter aqui

Eu guardo o que cabe em meus braços
Coleciono estrago e desaponto
Vivo assim, cada dia um dia
E vou tropeçando em cada encontro

Divago em liberdade
Me envolvo em minha mente
Vejo o que voa livre, longe
E volta de repente

Acordo em sonhos invisíveis
E vejo a passar, levemente
Afogada no medo de não ser notada
Tão diferente, tão inocente

E quando acordo nada espero
Dos outros só solidão
O silêncio em conjunto
Me contento com seu não

E escolhi seguir o fácil
Aceitar como meu destino
Depender de qualquer sorte
Viver a vida num cassino

Mas me pego na tristeza
De ver que machuco seu coração
Ver que sou só motivo
E não mais uma solução

E ainda sigo sendo como posso
Vendo quem vem, quem vai
Visando um topo qualquer
Um céu só meu, que não cai

Vejo um reflexo desconexo
Uma obsessão ou uma cura?
Muito além de bem e mal
Uma cativante loucura

Me jogo por várias esquinas
Apenas pra te procurar
Meus cigarros não saciam
Na caminhada por todo bar

Sabe, reescrevi nossa história
Da forma com que pude ver
Reescrevi como enxergava
Um novo Eros e Psique

Pintei uma amiga em palavras
Pra me deixar um pouco de lado
Tentei escapar da minha mente
E assim ver que estou mudado

Até fiz penúltimas notas
Endeusando o imperfeito
E que nesse vil momento
Eu guardo como um defeito

E tanto mês passou assim
Simbolismo tão marcante
E eu parei no passado sem fim
E tudo em volta vai adiante


Em agosto, eu tolerante
Vi mudanças... vida e gente
E vejo um mundo vacilante
Não espero, sigo em frente

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia Pt. 7

O tempo continua pra todos
E todos passam por mim
Aqui não há relógios
E nada parece ter fim

Julho... Divisor de tempos
Horas passam devagar
Mais compassos solucionados
Tudo pode enfim melhorar


Minha crueldade vulgar
Nos levou até o fim
É triste pra você
Mas as coisas são assim

Recobrei a consciência
Criei intento
Agreguei vontades
E chegou o momento

Agora sente-se, sinta-me
Veja os muros da paz
A sensação, senso, ação
Os mundos dos demais

E agora lembre-me
De tentar esquecer
De ser assim
Ou ao menos tentar ser

Veio fácil, foi embora
E agora, será que algo restou?
Engraçado a princípio
E veja agora onde estou

Mate-me, pelo menos isso
Não acabe com a confiança
Não me torture
Não tire a esperança

Lembre-se de como eu fui
Mesmo que por pouco
Velhos pros anos que consomem
Talvez apenas um louco

E eu me pergunto sempre
Qual o motivo, a razão?
E quando estava caído
Fostes chute ou mão?

Ou então, bem melhor
De onde veio tanto azar?
Nunca entendi como é
Essa tendência a piorar

O mundo passa na janela
E eu de longe, na moldura
No esquife, preso, cinza
Não diferencio o real da pintura

Aqui de sorriso morto
De face dura e gasta
Pra mim não há palavra
Pra ti só ela não basta

Não há exemplo em nada
A peça se dissolveu
Minha existência ocorre
O Mundo desapareceu

E ainda assim compartilhamos
A mesma vontade, violência
Presos na mesma tempestade
E sofrendo pela mesma essência

É preciso coragem
De seguir em frente
Não adianta só querer
Preciso enfim ser diferente

O tempo vai parando aos poucos
E os tempos já não tem fim
Aqui não há pressa
E nada sobra em mim

Julho... morto por tempos
Horas tendem a passar
Mais compassos mal contados
Tudo pode enfim desandar.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia Pt. 6

Recluso em conclusões
Precipitado em ser
Querer e não me ter
Sem poderes ou razões

Junho, enfim, passou
Nada ficará pro fim
Nem pra mim, e assim
O "nós" se acabou


Nada se repete
Tudo vem me torturar
O Karma das palavras
Que você dizia amar

Versos genéricos sem sentido
Fórmulas, sóis, cartas na mesa
Servidos, feridos, divididos
Sem manual, ritual, certeza

Não me engana em teus modos
Tom impositor, de outros carnavais
Olhar de bom ator
Te conheço, meu rapaz, seus olhares iguais

Meus cigarros acesos
Mil acordes bem errados
Sons certos, minutos lentos
Tempos sempre passados

Sufoquei nos mesmos ares
Uso facas que me cortam
Minha alma se desprende
E as velhas barcas não voltam

Agora ondas irreais me levam
Me sinto no fim aprisionado
Criei cenários pro meu drama
E todo esse navio engarrafado

E os dias se tornam difíceis
Eu te guardei em meu canto
Ainda assim te vejo ao meu redor
E me perguntam porquê te amo tanto

Perco o controle da minha mente
E distorço o meu dia a dia
Compro balas e atiro a esmo
Desperdiço uma vida vazia

Não sei se arde ou se me ama
O caminho se trilhou
Não a sentido no que tenho sentido
E o caminho errado se tornou

Muito tempo, quase nada
Desperdicei tempo, mudo
Ela cega me levando
E eu surdo levo o mundo

E me engasguei de conversas
Cansei de boas intenções
De todo e qualquer regresso
E não aceito condições

Eu que te fiz em tantos versos
Sinta agora minha voz incontida
Poesia sentida, o homem que fui
Veja agora minha alma partida

Minto em belos dias
Sobre vida de humano
Não há o que entender
Só duas noites sem sono

Veja as cores agora
Em meu olhar, meu espaço
Sinta o ar faltar
Sinta o mundo escasso

E agora mude tudo
Troque de lugar as frases
Abra espaços em si
Misture as fases

Ou então deixe pra trás
Tente de novo esquecer
Apague a sensação
E tente enfim viver

Nessa nossa dança dos copos
Esvaziando sofrimentos
Embriague-se outra vez
De tão poucos sentimentos

Precipitei minhas conclusões
Estou recluso em "ser"
Não querer e nunca ter
Não podes ter mais razões

Junho enfim passou
Nada pra mim ou pro fim
Nada ficou, é assim:
O nosso "nós" acabou

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia Pt.5

Parecia melhorar
Parecia enfim dar certo
Cada um em seu lugar
E ao mesmo tempo perto


Sobre maio, me calo
Sobretudo não falo
Um eu, quis achá-lo
Escorri pelo ralo


Mas não era mais o mesmo
Nem homem, nem mago
Sem razão de ser
Sem gole e nem trago

Ouvi dizer, em velhos tempos
Sobre seguir em frente
Que era enfim esquecer
E poder ser diferente

Mas alguma coisa falta
Sobra espaço a preencher
E esse espaço me sufoca
Não consigo entender

E mesmo assim nada me sobra
Nem mesmo algum valor
A morte, e nem a sorte
De algum dia virar vapor

E em tanto vazio
Eu me perco de novo
Devia ter mapeado o risco
De esquecer o que é novo

O eterno não dura dias
O supérfluo dura anos
Palavras com tempo, tão vazias
E ainda assim mudam meus planos

Dói em mim lembrar de outros dias
Mas lavo minhas mãos daqui pra frente
Minha alma, cada vez mais fraca
E acho que não será mais diferente

E sobre qualquer fim
Eu me recuso a aceitar
Qualquer palavra assim
Quero ser, não estar

Mas saberei me portar
Lutar até a morte
Lembrando que o pior azar
É algum dia precisar de sorte

Todo dia amanhece!
Mas o velho amanhecer
Já não amanhecer mais
E eu não posso lhe esquecer

Mesmo que dependas de sorte
Pra chegar a algum lugar
Nunca se importe,
Algum dia irás chegar

Mas só deixaram dores
Nas flores pisaram
Cores não há
Os amores levaram

Apagaram as luzes
O resto eu apaguei
Tudo desfiz
Tudo o que eu achei

Nem pontes sobraram
Até o acerto se desfez
Só resta o passado
Que em sonho se repete outra vez

Mas meço meus caminhos
Que fogem de você
Por quê? Nem sei
Penso em o que quero ser

Já cansei da parte boa
E de vários de meus versos
De vários sonetos
E recriar meus universos

Me cansei da parte má
Me afoguei no inverso
Nos contos não contei
Estou preso no reverso

Acordei hoje
Ontem eu sonhei
Não me contem
Amanhã serei

E por fim a minha parte
De palavras mui fingidas
Sempre fico aqui parado
E me cansei de despedidas

Não parece melhorar
Não acho que dê certo
Longe de meu lugar
E você aqui tão perto

Em maio, me calo
De tudo que sei, falo
Sentido, quis achá-lo
Mas fui pelo ralo

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia Pt.4

Poesia Rima Com Nostalgia

Depois de muita caminhada
Nos vemos nos mesmos lugares
E vemos que não mudamos nada
Só estamos um pouco mais vulgares

E no quarto mês sem mim
Meu corpo foi se acostumando
Quem sabe daqui até o fim
Algo enfim vá melhorando


E como sempre nunca acaba
E só resta versos pra agonia
E como sempre isso traz
Mais motivos pra poesia

E eu vou de novo ao seu encontro
E levo comigo o que sempre guardei,
Aquelas velhas palavras suas,
E cada momento em que eu te amei

Eu sei que não era pra ser assim
E que eu como sempre, pus tudo a perder
Sei que sempre sobra a despedida
Mas juro que sempre tentei entender

Saiba que nada me cura
Eu já lhe expliquei, amor
Sobre os meios de esquecer
E levar a vida sem rancor

E dos erros irreparaveis
Quero fugir, só ir embora
Não tenho espaço pra guerras
Já passou da minha hora

E nesta cama eu me deito
Coberto em frases que falei
E no final sou só um escravo
Desta vida que manchei

Quantas vezes disse
Que só não da pra ser
Não da pra prosseguir
A lugar nenhum sem você

E nada é como eu escolhi
E isso me faz ser bem menos
Do que poderia ser
E eu me entrego aos meus venenos

Acho que no fim eu quero
E não lembrar do fim
E não quero mais sentir
Ou ouvir falar de mim

Meu eu-lírico jaz morto
Soterrado em notas breves
Esmagado pelo peso
Das palavras nunca alegres

Quem dera hoje sublimar
Ou ser falso e inconcreto
Só um jeito de fugir
Desse mundo tão concreto

Já não há passagens
Nem mesmo histórias
Nem mensagens
Apaguei as memórias

Rasgarei as fotografias
E tudo que houver de errado
Se posso ser esquecido, esquecerei
você que está ao meu lado

E no meu sonho havia tanto
Concreto caído ao chão
E vários destinos certos
Mortos na contra-mão

Não fugirei, não mais
Está na hora da entrega
Não há mais como sair
Pois não saida pra quem nega.

Filosofias de bar
Tudo é igual
E que as frases durem um mês
Ou até o final

Pois minhas pegadas já marcaram
Um caminho só da minha alma
A escolha da solidão
Foi feita com calma

Depois de nunca dar em nada
Cansei dos mesmos lugares
E parto pra outra caminhada
Buscando outros lugares

E no quarto mês sem fim
Meu corpo foi melhorando
Quem sabe o melhor pra mim
E ir logo se acostumando

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia Pt.3

Poesia Rima com Nostalgia Parte Três - Março

E sempre no terceiro mês
As coisas tentam se encaixar
E as pernas tentam outra vez
Finalmente começar a andar


Eu já não vou me adaptar
E já não sei qual mundo é meu
Não tenho rumo a tomar
Nem mesmo sei quem sou eu


E no que eu não sinto mais
Fui buscar meu próprio bem
E de onda em onda, mar em mar
Só quero que seja além

Me pego equilibrado nos ponteiros
Acorrentado as horas a passar
Não podemos nos livrar do tempo
E eu não o quero como par

E cada culpa que eu carrego
Por pura e crua impaciência
É um modo de fugir
Do peso em minha consciência

E hoje sobre pontes me lembro da saudade
E de como esperava pelo sim
Aos poucos me atiro, aos poucos me mato
Pois sei que abismo nenhum é o fim

Melhor ainda, falo sem dizer
Até com as palavras me escondo
Se quiseres, podes me entender
Trilhe então o caminho mais longo

E o que era só um?
Um sagrado tempo em que éramos livres
E hoje? Pobres escravos
Presos ao tempo em que eram felizes

Olhares, goles, quero cem
Só assim pra lhe esquecer
A cada dose, taça ou brinde
Mais seu passarei a ser

De ser assim nem me recordo
Dos meus jovens companheiros
Só recordo dos desgastes
E de amores veraneios



E já não tenho em minhas mãos
Aquela vida do passado
Sei que por ser alternante
Jamais poderei ser lembrado

E rodo assim, de palco em palco
De velha em velha escuridão
E o meu mais novo medo
É uma interna solidão

Dos velhos cacos no vitral
Já não quero mais falar
Investigando mais a fundo
Sempre irá me encontrar...

E levarei em meu pescoço
As seis partes de um nó
Quem sabe diante desse esforço
Não deixo enfim de ser tão só?

Mas de você, dor, me cansei
Vou buscar o meu melhor
Minhas escolhas só eu tomo
Sei de ti tudo de cor



Me entrego logo a boemia
Largo-me em qualquer lugar
Rego minha ilusão
E ainda é cedo pra parar

Pra cada um que precisar
Solte o velho grito contido
E se quiserem colecionar
Troco um coração partido

E sempre no terceiro mês
As coisas voltam a se afastar
E as pernas tentam outra vez
Mas só querem mesmo descansar


Eu já não sei me adaptar
E já criei um mundo meu
Penso no rumo a tomar
Vou descobrir quem sou eu

sábado, 3 de abril de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia Pt.2

Poesia Rima Com Nostalgia parte 2 - Fevereiro

No mês que tudo se acaba
E nada ainda começou
Eu me entrego à nostalgia
De tudo o que passou

De todos os maus momentos
Já não quer mais lembrar
A cada mês um sofrimento
E nada parece acabar


Pois minha vida é um xeque-mate
De lados sempre alternantes
E cada um dos meus ataques
São momentos desgastantes

Sempre quis você e só
Lembra-se que lhe escrevi?
Queria tudo de você assim
Mostrei tudo que senti

E você dançando, sua cruz
E já não mais sonhava
Sempre lhe faltou um par
E mesmo assim valsava

Minha angústia ninguém mediu
Ninguém viu minha desolação
Todos a me torturar
Cortavam meu coração

Acabo-me aqui, em poesia mal escrita
Contrastando alegria e sofrimento
No cinza que se tornou dia a dia
Eu sempre me vejo nesse tormento

Nas madrugadas vejo o tempo passar
E ainda assim vivo cada dia
E a filosofia dos contos inacabados
Aqui e viva jamais serviria

E no meu terceiro ato
Da história dos presentes
Mostro a dúvida encenada
Só por magos decadentes

E nesse espelho que me vejo
Refletido nesse quadro
Vejo a vida em cada fato
Nesse quadro em que me enquadro

Acabo no bar com meu irmão
Solução de todos os momentos
Não é engraçado a vida unir
Dois péssimos elementos?

Perder dois anos não é fácil
Ele teria então que muito lutar
Para recuperar o seu papel
Para reconstruir o seu lugar

E nós que começamos tudo errado
Não temos mais nada pra mudar
Nossas vidas agora não servem mais
Devemos sempre caminhar

Depois de tantos futuros mortos
E de corpos, copos na estante
Peguei os retratos e coloquei na parede
E agora aguardo o próximo instante

No mês que tudo se acabou
E nada ainda começa
Eu me entrego à nostalgia
De tudo o que nunca passa

E cada um dos maus momentos
Já não quero esquecer
A cada mês um sofrimento
E assim temos que viver

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Poesia Rima Com Nostalgia

Essa é a primeira parte da relembrança dos poemas já escritos. A primeira parte será a nostalgia de Janeiro

Poesia Rima Com Nostalgia


Hoje paro, penso e lembro
De cada um dos momentos
Que são hoje importantes.
Antes Olhos desatentos...


A cada um dos velhos oito
Espero sempre o que há de bom
Que a vida se desdobre
Em vários arranjos de um som

A cada um dos juramentos
Que minha palavra nunca valha
Mas com já lhes disse antes
Meu pensamento não falha

Para cada vez que me esconder
Que surja sempre um bom amigo
Pra cada campo de batalha
Um valoroso inimigo

Nós só notamos com o tempo
Que a lua passa e os anos vêm
E descobrimos da pior maneira
O mundo não para quando nos convém

Se os sentimentos congelam
E a razão é coração
Pense, sinta, viva e morra
Mas aja sempre por paixão

Lembre da inconsciência
E de toda ilusão
A reunião de inimizades
Necessidade de perdão

Busque sempre seu reflexo
Sentimentos Obscuros
Quando postos a luz clara
São ótimos portos seguros

Saiba que logo começa outra vez
E nunca há como desabar
Eu que sempre só joguei
No fim preciso apenas conversar

As pessoas que ficaram pra trás
E que hoje estão longe de mim
Podem sempre se procurar
E se achar bem antes do fim

Eu que sempre quis o certo
Mas sempre tentei me enganar
Fico procurando meios
De não mais errar

Sobre cada uma das mil vezes
Que eu ensaiei a despedida
Saiba que na verdade
Nunca quis sair do “nossa” vida

E agora meu amor
Venho lhe dizer o inverso
De todos esses trechos sérios
Lembra-se daquele último verso?

Eis que o final se aproxima
O réquiem do que acabou
E eu ainda hoje me pergunto
Será que ao menos começou?

O mais importante a se lembrar
É aquele conto inacabado
O que sou jamais esqueça
Meu palco está sempre bem montado

Hoje paro, penso e lembro
De cada um dos momentos
Que são hoje importantes.
Olhos sempre bem atentos...