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sábado, 23 de janeiro de 2010

O Auto do Novo Olimpo Mundano Pt. 7

Sétimo Capítulo: O Elo do Tormento


Os anos passaram bem apressados
E Merlin famoso se tornou
Seja lá por onde viajou
Reuniu muitos pecados

Principalmente a vaidade
Que não sumiu com a idade
Pois era um bardo conhecido
E por todos bem querido

Um dia enfim veio o retorno
Pra todo o excessivo conforto
Alguém encolerizado
As Erínias havia chamado

A primeira era a implacável
Alecto, dona do interminável
Amaldiçoou a Merlin com prazer
A seu lado ele pra sempre deveria viver

A segunda era a Megera
E fazia jus ao nome de fera
Pela eternidade em seus ouvidos gritaria
E do seu rancor o lembraria
Tisífone era a terceira
E de todas a mais rasteira
Mil açoites eram pouco
Até que ele ficasse louco

E por tempos continuaram
As Erínias o castigavam
Até que ele entendeu
Os erros que cometeu

Ele já havia as conhecido
E por elas foi querido
Mas ele as havia trocado
E por isso era castigado

Ele enfim foi perdoado
E toda a dor deixou de lado
As três deusas foram embora
E não haviam pecados agora

Merlin continuou a andança
Fingiu que nada aconteceu
E que ele nunca conheceu
As deusas da vingança

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Auto do Novo Olimpo Mundano Pt. 6

Sexto Capítulo: A Mãe do Universo

E o mundo inteiro Merlin percorreu
Passou por lugares onde o homem nunca viveu
Conheceu florestas sombrias e densas
Conheceu pessoas frias e tensas

E foi em um lugar bem distante
Em um palácio exuberante
Todo feito em diamante
Que ele a conheceu

Kali era seu nome, Deusa da Morte
A representação da mulher forte
A divina mãe de todo o universo
E a destruidora de tudo aquilo que é perverso

Kali então tomou o bardo como filho
Ele estava fraco, machucado e faminto
A própria Deusa cuidou dele com carinho
E lhe serviu de boa comida e vinho

Mostrou-lhe a magia do universo
Como distinguir o errado do certo
Teve alguns momentos de raiva
E outros da mais bela calma

E com o tempo a relação mudou
Merlin, de Kali, pai se tornou
Pois ela era senhora dos impulsos
E precisava de alguém pra segurar seus pulsos

Mas a laço de preocupações perdurou
E o amor entre os dois se firmou
Hoje continuam juntos em amizade
Algo que pros dois era novidade

E a Deusa da morte implacável
Era também uma mulher adorável
E que a Merlin ajudou
E também o cativou

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Auto do Novo Olimpo Mundano Pt. 5

Quinto Capítulo: O Abismo

Merlin sentou na ponta do precipício
E pensou no que fez desde o início
Chorou pelos erros acumulados
Pensou que seu tempo enfim tinha chegado

“Quantos abismos eu atravessei?
E quantas pessoas eu magoei?
Quantos caminhos escuros tomei?
Quantos amigos eu machuquei?”

A tristeza tomou o seu corpo
Merlin quis que estivesse morto
O abismo mais alto ele achou
E aliviado então se jogou

Chegou num lugar em chamas
Composto por várias almas mundanas
Havia uma árvore no centro de tudo
No centro de todo esse estranho mundo

O caminho até a árvore ele seguiu
E a porta do palácio pra ele se abriu
Merlin se viu diante de uma Deusa
Que era meia doença e meia pureza

Ela então se apresentou
Como Hel se nomeou
E ela para Merlin falou
“O seu tempo ainda não chegou”

“Pois você errou, magoou, machucou
Mas a muitos você amou
Somente o bem lhes desejou
E assim a sua vida equilibrou”

Hel lhe protegeu do fogo
E lhe pôs de volta no jogo
À sua vida ele voltaria
E a sua viagem continuaria

E hoje Merlin ainda reza
Pra nunca mais se abalar
E a Deusa que ele tanto preza
O espera pra novamente o julgar

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O Auto do Novo Olimpo Mundano Pt.4

Quarto Capítulo: A Lua Negra


Sob a Lua Negra Merlin vagava
Só e sem destino viajava
O céu escuro o velava
E o cruzeiro o guiava

E olhando o céu escuro
Viu a dama do obscuro
Lilith, a mulher das luas
De fases raras e puras

A mulher de homem nenhum
E de domínio algum
Mas de presença incomum
E de raríssimos encontros

Todos eles marcantes
Sorrisos cativantes
Palavras fascinantes
E que a Merlin conquistou

Mas ela era feita de mudanças
Pra ele haviam poucas esperanças
Os encontros eram raros
Mas ao mesmo tempo caros
E essa lembrança é pequena
Pois se resume a uma cena
Merlin a viu nas estrelas
E partiu dali atordoado
Pois ainda não havia chegado
O tempo de Lua Negra

E de tempos em tempos
Cada vez mais e mais lentos
Eles se procuram por acaso
E esse momento raro
Fica na memória como um caso
Que jamais parece começar
E muito menos terminar...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O Auto do Novo Olimpo Mundano Pt. 3

Terceiro Capítulo: A Rainha

Merlin viajava pra longe
Pra longe, através do mar
Buscava o alto de um monte
Para que com os Deuses pudesse falar

E assim andando sem rumo
Chegou na cidade de ouro
Um paraíso no mundo
Um Oasis feito de tesouro

E num trono bem alto no céu
Ísis lhe observava
Envolta por fel e por mel
Disse que só o esperava

Disse-lhe que ouvira suas preces
E que por ele havia velado
O protegido de todas as pestes
E o seu caminho guiado

Mostrou-lhe sua própria magia
Pois lhe garantia o sucesso
Contou sobre sua alegria
De conhecer seu bardo de perto

Merlin contou sobre dias passados
Quando havia orado por alguém
E ela disse sobre como o tinha amado
E garantira todo o seu bem

Pois Ísis era Deusa dos pobres
Dos fracos e dos oprimidos
E Merlin que nunca fora nobre
Precisava ser então protegido

Ísis lhe amava sem razão
Pois ele acabara de lhe conhecer
Mas sentia no seu coração
Que o amor não tardava a nascer

E o amor entre os dois permanece
A protetora e o protegido
E quando Ísis escuta sua prece
Sempre protege o seu escolhido

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O Auto do Novo Olimpo Mundano Pt.2

Segundo Capítulo: Kallisti

Merlin havia a pouco se tornado um bardo
Sua fama aos poucos se espalhava
E suas histórias ele contava
E sempre era aclamado

“Lembro-me de uma história agora
Sobre uma deusa distante
E um julgamento vacilante
Que realizei em uma hora

Éris, assim foi chamada
De uma beleza infinita
Mas sempre muito aflita
Pois sempre era desprezada

Eis que um dia ela cansou
Resolveu a todos enfrentar
E sem outra vez pensar
Seu pomo à terra lançou

Discórdia, sua maçã dourada
Com a inscrição severa
“De todas, a mais bela”
Havia de ser consagrada

Ofereceram-me a mais bela
Força e sábias sentenças
Mas eu mantinha a crença
De que escolheria ela

Pois por seu pomo dourado
Eu havia me perdido
Fui a guerra submetido
Pois dele eu havia provado

E entre nós houveram guerras
Palavras dolorosas e belas
Atitudes fracas e severas
Mas todas as coisas eram sinceras

E a Discórdia, minha Deusa
Escolhida pela beleza
Pela luta e a franqueza
Tinha-me com toda certeza”

domingo, 17 de janeiro de 2010

O Auto do Novo Olimpo Mundano Pt. 1

Esse é um conto dividido em sete capítulos que contará sobre os encontros de Merlin.


Primeiro Capítulo: A Encruzilhada


Merlin seguia seu caminho
E por ventura do destino trilhava-o sozinho
Seguia o passo a passo olhando pra frente, em paz
Pois tudo o que tinha deixado para trás

Passava distraído por uma encruzilhada
O caminho tomara de alma lavada
Quando de súbito surgiu a Deusa
Hécate escondia dele toda a sua beleza

Merlin fascinado com tal companhia
Ajoelhou-se na hora e conteve a alegria
Pois ela se escondia por medo do encontro
Por medo de Merlin, que estava pronto

Dias passaram nessa situação
E Merlin mantinha sua posição
Só se levantaria por vontade divina
Só se moveria por aquela menina

Mas ela era deusa dos caminhos cruzados
E os caminhos de ambos estavam traçados
Merlin não podia seu caminho mudar
Mas prometeu pra ela um dia voltar

Enquanto no submundo ela esperava
Por outra chance Merlin lutava
O encontro sonhado parecia impossível
Mal sabiam os dois do futuro terrível

E ainda hoje estão separados
A Deusa noite e o seu jovem bardo
Hécate tinha que cuidar do destino
E Merlin devia seguir seu caminho.