No começo fez-se o laço de armadilha simples
Pra quando teus olhos cruzassem os meus.
E assim, tu presa de arcanjo torto,
Vistes dois desastres se anunciarem:
O desgosto e o delírio.
Já não percebíamos mais a ironia detrás,
E logo já não era possível dizer
E onde terminava o eu.
Há de caber um certo drama.
O outono acabaria em um inverno seco,
E mesmo em meio a tanto frio
Depois, em tons de uma falsa sinceridade,
Um refinamento agressivo de nossas vontades:
Tu defendias a emancipação de tua vida
Passou o inverno, a tempestade, a fúria,
Nada em mim teria acontecido.
É por isso que venho rogar pragas,
Pra que tu entendas que sinto asco
Não de ti, mas de mim mesmo,
Por ser eu quem devo ser culpado
Então faça, faça agora tua denúncia,
Resoluto em não te abandonar, minha presa.